Interesse (público) de muitos, império de poucos

“Quem com ferro fere, com ferro será ferido” (Adágio popular).

A história registra a organização e o esfacelamento dos impérios, inclusive retratando o significado do comportamento moral da ascensão ao declínio do poder instalado. Observa-se na historia dos povos a assertiva de que, interna ou externamente, a ninguém é dado o domínio sobre todos o tempo todo. Isto, por certo, tem a ver com os ideais libertários que rodeiam o ser em todos os quadrantes do globo, ao lado do princípio universal de igualdade, que faz do homem o exemplar ímpar sobre todas as espécies desde que num viver com autonomia e dignidade, e de respeito aos mínimos direitos do outro, independente das diferenciadas culturas existentes.

O interesse coletivo, apregoa a democracia em sua plenitude, está acima de todos e mesmo respeitando-se a individualidade o bem comum é principio régio que se aceita e proclama. Em sala de aula, o mestre conscientemente está para todos na perspectiva de que o coletivo estudantil seja visto como alvo principal no sentido da transformação pleiteada, aliando conteúdo às futuras práticas de cidadania para todos no plano de direitos e deveres.

No instante em que o Brasil assiste a deletéria ação, orquestrada e conduzida por detentores dos poderes político e empresarial instalados na administração pública ou fora dela, necessário se faz refletir sobre o futuro do País e as medidas subsequentes a fim de se satisfazer – mesmo porque é de justiça – o direito da maioria então surrupiada pelo domínio momentâneo de uns poucos.

A administração pública fundamenta-se em princípios que devidamente aplicados devem redundar objetivamente em benefício da coletividade, no interesse de muitos, não sendo permitido que o império de poucos se sobreponha ao interesse geral o que resulta em afronta à ordem e à legalidade vigentes no estado de direito, como o brasileiro.

É de estarrecer o quadro organizado para o domínio de poucos em função de se manterem no poder, avessos à obediência aos códigos mínimos de conduta moral, através da organização marginal que pouco a pouco se desvenda e a imprensa divulga com propriedade.

A expressão “passar a limpo”, tão comum e usual na práxis educadora, aqui cabe como verdadeira luva, em função do descalabro reinante em instituições nacionais, que requer medidas disciplinares e saneadores como exemplo a ser adotado.

Que se aplique a correção adequada a quem trilha por caminhos tão tortuosos, desviando recursos que, bem aplicados, poderiam alterar a realidade brasileira num plano de oportunidade de trabalho, de crescimento e distribuição de renda, da oferta educacional, de saúde e da superação de tanta miséria.

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