“Como crianças recém-nascidas, desejem de coração o leite espiritual puro, para que por meio dele cresçam para a salvação” (1 Pedro 2.2)
A criança é a metáfora perfeita para os filhos de Deus. Para aqueles que desejam seguir a Jesus. O Evangelho se estabelece em nossa vida muito mais pela inspiração do que pela compreensão. Compreender não nos dá a força necessária para seguir a Cristo, para sofrer as escolhas difíceis, para dizer ‘não’ a nós mesmos. É preciso amor, inspiração, anseio. Jesus nos oferece a criança, coloca-a no meio e com ela responde nossas perguntas. Como posso amar meu inimigo? Como posso abandonar meus pecados? Como posso lidar com dinheiro da maneira correta? Como posso superar minhas fraquezas e aprimorar meu caráter? Como posso honrar a Deus em minha profissão? Jesus coloca a criança diante de nós e nos manda seguir seu exemplo.
Pedro assimilou essa perspectiva do Mestre e também trouxe a criança para suas orientações espirituais aos cristãos espalhados por diversos lugares, sem a proteção de um sistema religioso. Sem reconhecimento e sem agenda de reuniões. Sua orientação é que deveriam assemelhar-se a crianças recém-nascidas. Elas anseiam pelo leite materno para sobreviver. Eles deveriam ansiar por um leite espiritual puro. Algo que só podemos receber de Deus. Ele, como uma mãe, amamenta Seus filhos. Cometemos um grave erro espiritual quando nossa busca por Deus é motivada por algo menos que o anseio pelo alimento que dá vida. Quando o buscamos interessados em Seu poder e não em Seu amor. Quando o buscamos para nos beneficiar e não para nos alimentar e amadurecer. Pessoas interessadas no poder de Deus muitas vezes revelam caráter muito diferente do dele.
A evidências de que estamos nos alimentando de Deus e que o leite espiritual que estamos bebendo é de fato puro, é que crescemos para a salvação. Vamos nos tornando pessoas mais livres, amorosas e leves. Vamos aprendendo a viver mais sabiamente e a nos relacionar mais saudavelmente. O leite espiritual puro produz vida bonita. Ele infunde em nossas veias a vida de Cristo. Vamos perdendo o medo da morte. Vamos nos incompatibilizando com o egoísmo, a falta de ética, a ambição sem medida, a mágoa nos incomoda e cedo oferecemos o perdão. O pecado nos entristece e rapidamente buscamos o perdão. A salvação é a nossa conexão cada vez maior com a vida eterna em meio à vida terrena. A generosidade substitui a avareza. Servir, comprometer-se e cooperar ganham espaço em nossa agenda. É assim que, em lugar de apenas religiosos, vivemos como cristãos.
ucs