Penso que está sempre junto do cotidiano de todos nós. Acho que seria melhor bem melhor se os economistas imaginassem o índice de inflação apenas dentro das suas cabeça, sem existir na vida real. Pois na vida real este índice atinge as pessoas de forma diferente, se uma pessoa mora sozinha, e come um pão por dia, o aumento do pão é sentido de forma diferente de uma família de cinco pessoas, que comem também um pão por dia, mas nesta casa só o pai trabalha, supondo que este pai ganhe salário idêntico ao que mora sozinho. Quiséssemos ou não, nossas vidas giram em torno de preços de todo tipo, alimentação, combustível, tarifa de água, luz, etc.
Quando me levanto pela manhã, com a inflação aumentando, parece que renasco para uma nova vida mais difícil ,no momento em que olho para o novo cenário não sinto que fiquei mais pobre, não adquiri nenhum tipo de ideia clara sobre este fato. Circunstâncias que aconteceram estranhas a minha vontade, independente de meu controle financeiro. Não consigo perceber que as pequenas escolhas importam, o cafezinho aqui, o transporte ali, a compra de alimentos, mas a inflação irá estar invisível ali, junto do meu dia. A inflação é uma vulnerabilidade coletiva. Acho que na mente das crianças não tem inflação esta sim na mente de seus pais, corroendo o padrão de vida.
Mas, quando ando perdido naquele fluxo infinito de gente passando pela rua, eu não faço ideia de como a inflação atinge a vida de cada um. O rosto de um homem trabalhador e eficiente, não muda ,apesar da inflação, talvez só com ela muito alta pode mostrar neste rosto sinais de preocupação, com a perda do controle financeiro no seu lar.
Mas esse momento é quase imperceptível nesta multidão de seres humanos, cada um com ideias de consumo diferente, alguns com três filhos, outros nenhum, muitos com desejos difíceis de realização .São coisas corriqueiras que acontecem , cada um ver a inflação de um jeito só seu.