Índio é morto dentro de fazenda em região de conflito no sul da Bahia

Segundo a PF, o índio seria da comunidade de Tupinambá de Olivença

Índio é morto dentro de fazenda em região de conflito no sul da BahiaUm índio foi morto a tiros em uma fazenda no sul da Bahia na terça-feira, 3, segundo confirmou nesta quarta a Polícia Federal de Ilhéus, que atua na região. O crime foi na Fazenda São Pedro, entre as cidades de Una e Ilhéus. A PF ainda investiga detalhes do caso.

De acordo com a PF, a confirmação de que se tratava de um indígena foi feita pela Fundação Nacional dos Índios (Funai). O corpo ainda aguarda reconhecimento da família no Instituto Médico Legal de Ilhéus. Não há informações sobre como o indígena foi morto.

Segundo a PF, o índio seria da comunidade de Tupinambá de Olivença. A fazenda onde ele foi encontrado morto está ocupada por indígenas e está envolvida dos conflitos. No mesmo local, um produtor rural foi espancado e baleado, segundo a família, por indígenas. Os parentes da vítima acusam os índios de invadirem a propriedade armados e dando tiros para cima. Adailton do Carmo Santos, de 55 anos, está internado no Hospital de Base de Itabuna. Ele está com a bala alojada na coluna dorsal e corre risco de ficar paraplégico.

Investigação

Existem duas versões – uma de que o índio foi morto durante um confronto com produtores rurais e outra de que ele foi emboscado por pistoleiros, em represália pelo que aconteceu no dia anterior com o fazendeiro.

Em nota, a Funai informa que aguarda resultado da perícia para se manifestar. Segundo a instituição, o índio em “circunstâncias ainda não esclarecidas”. Uma das lideranças da Aldeia Indígena Serra das Trempe confirmou a morte do indío, conhecido como Dilson Cipó.

“Ele morreu ontem de madrugada. O Dilson estava com o Régis (outro índio) em uma fazenda ocupada no domingo quando, segundo as testemunhas, começaram os tiros. O Régis foi atingido de raspão no braço e conseguiu correr. O Dilson não”, disse Souza à Agência Brasil.

“O Régis diz que, no escuro, não conseguiu ver de onde vinham os tiros. Já pedimos providências à Funai e acionamos a PF”, disse Souza. Segundo ele, a vítima tinha mulher e duas filhas. Ele estava com o movimento indígena no sul da Bahia há quatro meses.

A sede da fazenda está destruída. O clima na região é tenso. O ministro da Justiça José Eduardo Cardozo é aguardado na região na semana que vem, para uma reunião entre representantes indígenas e de produtores rurais. A comissão de direitos humanos da Assembleia Legislativa da Bahia também deve ir a Buerarema nesta quinta-feira para analisar a situação. A Força Nacional continua na região.

 

 

Fonte: Correio

 

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