Onto
É um dia qualquer, anônimo, do mês de janeiro de 2021, triste, com duzentos e sete mil mortes. O sol flutua em cada partícula do céu, como se tivesse se dissolvido e escorresse no Cristo Redentor onde a primeira carioca foi imunizada e é um momento a ser registrado de vitória da ciência, uma iluminação, onde o homem é o ser mais elevado, vencendo os desafios da natureza.
Será um novo começo para a plenitude da vida. As flechadas do vírus serão protegidas pelo escudo da vacina e estamos assistindo a várias solenidades de imunização, mas a vida do imunizado não é sólida e imutável, estará sempre lutando contra outras ameaças que a vacina não protege, o principal que mais afeta o mundo hoje são as mudanças climáticas, além da pobreza e violência.
Vi na TV uma senhora miúda, frágil, grisalha, que deve alimentar sua alma com a fé, sendo imunizada, mora em um abrigo. Parece ter vivido durante anos em condições medonhas, difíceis de acreditar, com seus 80 anos, talvez muito dos filhos morreram de fome e não foram à escola.
As amplas massas imploram pela vacina, ela é o ouro, apesar de ainda estarmos na lama do mundo infestado de tanta doença como H1N1, dengue, chicungunha e tantas outras, sendo está mais um escudo protetor. O caro e lindo hábito de viver, está cada vez mais caro e pode acabar a qualquer momento apesar da vacina.
*João é natural de Salvador, onde reside. Engenheiro civil e de segurança do trabalho, é perito da Justiça do Trabalho e Federal. Neste espaço, nos apresenta o mundo sob sua ótica. Acompanhe no site www.osollo.com.br.