Receita também abre consulta a malha fina retida desde 2008. Correção sobre o valor original da restituição chega a 72,74%
Em um cenário de crise, qualquer injeção de recurso na economia é sempre bem vinda. Se for na casa dos dez dígitos, então, melhor ainda. É essa a previsão da Receita Federal em torno do terceiro lote do Imposto de Renda, cuja consulta será liberada para os contribuintes a partir desta segunda-feira (10).
No total, o novo lote do IR de Pessoa Física inclui 1.742.112 contribuintes, totalizando mais de R$ 2,17 bilhões. Dinheiro que pode servir para pagar contas, realizar compras ou investir no mercado financeiro. De qualquer forma, é dinheiro novo numa praça cada vez mais sedenta.
Ao mesmo tempo, a receita liberou mais R$ 226 milhões para cerca de 85 mil contribuintes que caíram na malha fina entre os exercícios de 2008 e 2014. Juntos, a soma chega a R$ 2,4 bilhões. Assim como os regulares, os lotes residuais são corrigidos pela Selic (taxa básica de juros da economia brasileira) a partir do mês de referência.
No caso dos lotes da malha fina retidos em 2008, a correção sobre o valor original da restituição chega a 72,74%. Os índices aplicados a partir de 2009 e 2010 são, respectivamente, de 60,67% e 52,21%. Para a restituição do terceiro lote do exercício de 2015, o percentual será de 4,24%.
Segundo informações da Receita, o novo lote, chamado de “Multiexercício” (por contemplar anos anteriores), será creditado segunda-feira que vem, dia 17, na conta bancária informada pelo contribuinte na declaração.
Do total de R$ 2,4 bilhões, cerca de R$ 185 milhões se referem ao quantitativo de contribuintes abrigados pelo Artigo 69-A da Lei 9.784, de 1999, que determina prioridade nos processos administrativos. São 54.222 idosos e 4.901 pessoas com alguma deficiência, de ordem física ou mental, ou que tenham sido acometidas por moléstia grave.
Como consultar
Para verificar se foi incluído no lote, o contribuinte deve acessar a página da Receita na Internet , ou ligar para o Receitafone (146). O Fisco disponibiliza ainda aplicativo para tablets e smartphones que permite consultar as declarações do IR por meio de aparelhos que usam sistemas operacionais Android ou iOS.
Os contribuintes que não são listados nos lotes de restituição devem verificar o extrato da declaração para ver se não há pendência ou inconsistências no documento enviado à Receita e fazer a correção. Caso contrário, podem cair na malha fina.
O procedimento de correção pode ser feito no Centro Virtual de Atendimento da Receita Federal (e-CAQ). Se o contribuinte não for cadastrado, é só informar os números dos recibos de entrega das suas declarações dos exercícios anteriores.
A Receita lembra que a restituição ficará disponível durante um ano. Se o resgate não for feito no prazo, somente poderá ser requerido por meio do Formulário Eletrônico – Pedido de Pagamento de Restituição, ou diretamente no e-CAC, no serviço Extrato do Processamento da DIRPF, também na página da Receita Federal na internet.
Caso o valor não seja creditado, o contribuinte poderá contatar pessoalmente qualquer agência do Banco do Brasil ou ligar para a Central de Atendimento da Receita, por meio do telefone 4004-0001 (capitais), 0800 729 00010800 729 0001 FREE (demais localidades) e 0800 729 0088
0800 729 0088 FREE (telefone especial exclusivo para pessoas com deficiência auditiva). Depois, basta agendar o crédito em conta-corrente ou poupança de qualquer banco, desde que o contribuinte seja o titular.
Saúde financeira dos brasileiros piorou 9,5% no primeiro semestre
Com contas no vermelho, mais dívidas e menos investimentos, as finanças dos brasileiros pioraram 9,5% no primeiro semestre, segundo o Índice de Saúde Financeira calculado pelo GuiaBolso, ferramenta voltada a controle de finanças pessoais desenvolvida em parceria com a Harvard Business School.
Em uma escala que vai de zero a 700, o indicador fechou junho em 389 pontos, contra 430 de janeiro. Preços em alta são o principal motivo apontado para o descontrole do orçamento. “O orçamento foi impactado pela inflação. Começamos a ver uma influência do desemprego, mas ainda está no início”, afirma o CEO do GuiaBolso, Thiago Alvarez.
Ele conta que, entre os pesquisados, as contas residenciais – sobretudo, água e luz – tiveram aumento de mais de 44%. A empresa, que desenvolveu um aplicativo que hoje conta com 950 mil usuários, fez a pesquisa com base em amostragem de 10 mil pessoas, segmentadas por região e renda.
O aplicativo tem acesso à movimentação da conta corrente dos usuários, para construir uma espécie de planilha automática que aponta onde eles estão gastando o dinheiro.
São três categorias: fluxo de caixa (se o usuário gastou menos do que ganha), dívidas (se houve aumento do uso do cheque especial) e investimentos (se a pessoa aplicou parte dos recursos). O indicador piorou nos três quesitos.
Das agências