Impasse sobre carga de urânio levada à Bahia continua

Continua o impasse sobre a carga de material radioativo que seria levada pela INB (Indústrias Nucleares do Brasil) –estatal ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia– à mina de urânio de Caetité (BA).

Na manhã desta terça-feira, cerca de 300 estudantes protestaram em frente à prefeitura da cidade.

Ambientalistas questionaram a legitimidade do prefeito José Barreira (PSB) para conduzir as negociações. Marcell Moraes, vice-presidente do Partido Verde na Bahia e presidente da ONG Geamo (Grupo Ecológico Amigos da Onça), disse à Folha que Barreira é funcionário afastado da INB. A assessoria de imprensa da prefeitura não confirma a informação.

De acordo com a assessoria do prefeito, ele está reunido desde as 11h30 com representantes da INB, da sociedade civil e com os secretários de meio ambiente de Caetité e de Guanambi, cidade vizinha onde o material está temporariamente armazenado.

Ainda segundo a assessoria, embora a empresa assegure que o material é concentrado de urânio –o mesmo extraído na mina administrada pela INB em Caetité–, a preocupação dos ambientalistas é com o processo de reembalagem do urânio (que deverá ser transferido para toneis maiores), que pode gerar resíduos.

A assessoria de imprensa da INB acredita que o material será levado para a fábrica nos próximos dias, já que o transporte foi autorizado pelo órgão legal responsável, a Comissão Nacional de Energia Nuclear.

Um dos líderes do movimento contrário à entrada da carga na cidade de Caetité, o padre Osvaldino Barbosa, da Comissão Paroquial de Meio Ambiente de Caetité, disse à Folha que “se a população souber que a carga vem para a cidade vai fazer um novo cordão humano”.

Nesta terça-feira, o senador Walter Pinheiro (PT-BA) fez pronunciamento no Congresso Nacional sobre o tema. Ele afirma ter solicitado ao Ibama o deslocamento de técnicos para a verificação da carga.

ENTENDA O CASO
Na noite de domingo (15), nove carretas foram bloqueadas por um cordão humano de cerca de 3.000 pessoas.

A INB –que administra um mina de urânio na região– afirmou que o material era concentrado de urânio, vindo de uma reserva da Marinha em Iperó (SP).

Ambientalistas, porém, diziam tratar-se de “lixo radioativo”.

Devido ao bloqueio, o material foi temporariamente levado ao 17º Batalhão da Polícia Militar, na cidade vizinha de Guanambi. O prefeito de Guanambi, Charles Menezes, afirmou que “a carga tem de ser sair da cidade o mais rápido possível”.


Fonte: Folhapress

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