O sistema agroflorestal cacau cabruca e seus benefícios ambientais e sociais serão destaque em um dos maiores eventos do gênero no País
O Seminário Inova Cacau irá apresentar e discutir, durante o III Festival do Chocolate de Ilhéus – que acontece entre os dias 6 e 10 de julho – os resultados do projeto “Melhorando a Eficiência do Sistema Agroflorestal Cacau Cabruca no Sul da Bahia”. O evento faz parte da programação do dia de abertura do Festival e terá como objetivo analisar o futuro do sistema de produção cacau cabruca (que consiste no cultivo conservacionista da amêndoa). Estão na pauta os avanços científicos, técnicos e em políticas públicas ocorridas durante os quatro anos de execução do Projeto, que constatou que o sistema de produção cacau cabruca é um dos mais ricos em espécies nativas do mundo e consegue sequestrar em média 170 toneladas de carbono, 80 toneladas a mais que a soja em plantio direto, por exemplo. Com relação à produção de cacau orgânico foi também comprovado que é possível chegar a uma produtividade semelhante ao modelo convencional de produção, em algumas áreas de agricultores familiares.
O Presidente da Câmara Setorial do Cacau e coordenador executivo do Projeto, Durval Libânio, ressalta que “a iniciativa é fundamental por consolidar e reconhecer a capacidade da lavoura cacaueira de gerar divisas para o Estado e conservar um dos maiores ativos ambientais do bioma Mata Atlântica no Brasil. Ele acredita que os resultados do projeto para a lavoura e para a conservação ambiental serão ainda maiores a médio prazo, com a inclusão do cacau de forma qualificada no Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, do Ministério da Agricultura e o pagamento por serviço ambientais à lavoura.
Segundo Professor Dario Ahnert, da Universidade Estadual de Santa Cruz, coordenador científico do Projeto, o sistema cabruca presta uma série de serviços econômicos, ambientais e sociais e por isso muitos esforços foram feitos para colocá-lo na pauta das políticas públicas do Estado e do governo federal. Destacam-se as seguintes conquistas: enquadramento do cacau no FNE Verde, renegociação das dividas com prazos maiores, desenvolvimento de tecnologias sociais ligadas a agroecologia para a agricultura familiar e a inclusão definitiva do sistema cabruca na pauta de instituições como o Ministério da Agricultura, a Comissão Executiva do Plano da Cultura Cacaueira (Ceplac) e a Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri).
O Projeto “Melhorando a Eficiência do Sistema Agroflorestal Cacau Cabruca no Sul da Bahia” é financiado pelo ministério da Agricultura da Holanda e coordenado pelo Instituto Cabruca e por instituições como Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Comissão Executiva do Plano da Cultura Cacaueira (Ceplac) e Mars Cacau.
Fonte: Yes Assessoria