Identificação

“Para com os fracos tornei-me fraco, para ganhar os fracos. Tornei-me tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns.” (1 Coríntios 9.22)

O Evangelho de Jesus é um convite à nossa identificação uns com os outros. Não para nos justificarmos uns aos outros, mas para exercermos misericórdia uns para com os outros. Foi isso que Jesus fez. Ele veio a nós e identificou-se. Assumiu um lugar na história, foi parte de uma família, viveu em determinado tempo, envolveu-se e viveu dentro de uma nação e cultura. Ele foi muito diferente de todos os homens de sua época, pois jamais pecou. Mas não se diferenciou não se afastou. Antes andou entre eles e viveu de maneira comum, usou a linguagem comum. Suas roupas e costumes não o diferenciavam. Seu interior sim. E essa diferença não afastava as pessoas. Ao contrário, as atraía para si.

Precisamos aprender sobre essa empatia do Evangelho. Essa capacidade de considerar o outro e agir em favor do outro. De nos identificar, sendo capazes de pensar e compreender melhor o outro. Deveria ser mais fácil do que é. Afinal, somos todos, em vários sentidos, “farinha do mesmo saco”. A identificação de que trata o Evangelho envolve o respeito para com o que o outro é. Envolve a capacidade de discordar sem rejeitar, sem desenvolver o preconceito e o julgamento, que tantas vezes manifestamos, mas chamamos de santidade. Confundindo desrespeito e desamor com virtude e zelo espiritual. O Evangelho de Jesus nos orienta a reconhecer o direito e o valor do outro. Temos muita dificuldade com isso.

Quanto mais uma pessoa se considera capaz ou madura espiritualmente, mais deverá ser capaz de identificar-se com as pessoas ao seu redor e respeitá-las. Menos precisará atacar para defender-se, desprezar para diferenciar-se, para dizer “não sou como ele ou ela”. Não se sentirá confortável em olhar o outro de cima para baixo, subindo no pedestal do santo para de lá olhar e julgar pecadores. Mas será capaz de caminhar com o outro e ser amável. Revelar a verdade do amor de Deus e até mesmo denuncia o descaminho do coração humano, mas com a singeleza e despretensão de quem sabe que é beneficiário da misericórdia. Este mundo está cheio de pecadores que posam como santos. O que nos faltam são santos que saibam amar, servir e caminhar com pecadores.

 

ucs

 

 

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