Ibirapuã e Itanhém: Bahia busca a autossuficiência na produção de leite

Estado tem o terceiro maior rebanho bovino de leite do país

A Bahia, que no último ano aumentou em 24% sua produção de leite, caminha a passos largos para alcançar a autossuficiência, com o Programa Estadual do Leite, inserido no contexto do Programa Vida Melhor – Inclusão Produtiva, lançado pelo governador Jaques Wagner com a presença da presidente Dilma Rousseff. Em visita neste sábado, 13, às obras de ampliação do Laticínio P&L, em Ibirapuã, no Extremo Sul do Estado, região que possui o segundo maior rebanho bovino e uma das maiores bacias leiteiras da Bahia, o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, explicou a dezenas de pecuaristas detalhes do Vida Melhor, destacando que entre as sete cadeias produtivas consideradas prioritárias incluídas no projeto de inclusão produtiva está a do leite.

Salientando que 50% da pecuária baiana é desenvolvida pela agricultura familiar, Salles informou que “vamos trabalhar com 18 mil pecuaristas de leite, principalmente nos 553 assentamentos do Incra e nos 300 do Cédula da Terra, entrando o governo com assistência técnica e infraestrutura, e instalação de laticínios onde a iniciativa privada não estiver atuando”. O Vida Melhor – Inclusão Produtiva é uma ação transversal, envolvendo várias secretarias, a exemplo da Sedes, Sedir, Infraestrutura e Seagri, com coordenação da Casa Civil.

O presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa, deputado Timóteo Brito; o superintendente de Desenvolvimento Agropecuário da Seagri, Raimundo Sampaio, e o diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia, Paulo Emílio Torres, também participaram da visita.

Detentora do terceiro maior rebanho bovino de leite do País, a Bahia amarga o 23º lugar em produtividade por vaca ordenhada, ficando à frente apenas do Piauí. Enquanto em Alagoas e Pernambuco, por exemplo, a produtividade por vaca ordenhada é da ordem de 1.500 litros/ano, na Bahia é de 540 litros/ano. No último ano, a produção baiana passou de 900 milhões de litros de leite/ano para 1,2 bilhão, longe ainda dos 1,6 bilhão consumidos por anos. “Temos um grande desafio, que é reverter esse quadro”, disse o secretário, explicando que o Programa Estadual do Leite foi elaborado pela Câmara Setorial do Leite, ampliando o projeto Caminho do leite, apresentado pela Federação da Agricultura do Estado da Bahia e Sindileite, somando ainda as experiências exitosas dos programas Gera Leite e Balde Cheio.

EMPREGO E RENDA

“A cadeia produtiva do leite emprega mais do que a construção civil”, afirmou o diretor presidente do Laticínio P&L, Lutz Rodrigues Junior, salientando o alcance social da atividade, responsável pela geração de milhares de emprego e renda no País. Lutz agradeceu o apoio do governo ao setor. Lembrando que a redução do ICMS do leite, no primeiro ano do governo de Jaques Wagner, de 17% para 0,6% foi fundamental para o aumento da produção de leite na Bahia em mais de 24%.

O laticínio, que trabalha em sistema de integração e é o maior comprador de leite produzido na região, tem hoje em seus quadros 340 funcionários, e com a ampliação da indústria vai criar pelo menos mais 200 empregos diretos.

VACINAÇÃO CONTRA AFTOSA

À noite, o ministro Mário Negromonte, deputados estaduais Mário Negromonte Júnior e Timóteo Brito, prefeito de Itanhém, Milton Ferreira Guimarães, (Bentivi), além de Raimundo Sampaio e Paulo Emílio Torres e o secretário Eduardo Salles participaram da 11ª Exposição Pecuária do município, que está comemorando o 53º aniversário de emancipação política. Falando para um público de quase dez mil pessoas, Salles disse que, graças às ações conjuntas dos pecuaristas, do governo do baiano através da Seagri e da Adab, e do Ministério da Agricultura, a Bahia passa a realizar uma vacinação cheia contra a aftosa e outra de animais com até 24 meses, sendo esse um importante passo na caminhada do Estado para obter o status de livre da aftosa sem vacinação. Já agora, em novembro, somente os animais com até 24 meses serão vacinados, o que representa uma economia de R$ 10,5 milhões para os pecuaristas.

MAMÃO

Na chegada a Medeiros Neto, o secretário e comitiva foram recebidos por um grupo representativo de produtores de mamão, debatendo com eles questões que afetam a cultura, entre elas a necessidade de ampliar o consumo. O secretário da Agricultura ouviu as demandas do setor e agendou uma reunião com os produtores para o final desta semana em Itabela, onde estará participando de um grande evento da cafeicultura.


Fonte: Josalto Alves / Ascom da Seagri

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