Por vezes, basta um elemento muito simples para que a vida tome outro rumo. Tão simples e trivial como uma dor que não é identificada, podendo ser uma doença grave. Aí você vai ao hospital e preenche toda uma papelada de internação: nome, endereço, número do plano de saúde, previdência social. Entra em um mundo que não tem autonomia, um mundo em que o importante é recuperar a saúde.
E, se for para a UTI, viverá num inferno, com noites sem que as auroras lhe tragam esperanças. Se a situação se agravar, a morte vem em meses, e é daquelas que não acabam mais; moem, mordem, comem, trituram o seu pobre corpo. A medicina muitas vezes prolonga a vida, mas aumenta muito o sofrimento, impedindo que o fio frágil da saúde que balançamos não se rompa, para que mergulhemos logo no desconhecido.