O exame do mapa eleitoral do primeiro turno na Bahia mostra que houve um impacto negativo para a candidata Dilma Rousseff (PT) a partir do momento em que ela descartou oficialmente o apoio do nome do candidato do PMDB ao governo, Geddel Vieira Lima, declarando que só estava ao lado do governador Jaques Wagner (PT), rompendo o compromisso de participar dos dois palanques na campanha estadual. Levantamento da votação nos 26 territórios de identidade do Estado, demonstra que a maior parte dos votos de Geddel ao governo não foi canalizada para Dilma.
A análise do resultado das urnas demonstra que a maior parte dos votos conquistados pelo peemedebista recém-derrotado se dividiu entre os presidenciáveis José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV). Geddel obteve um milhão de votos (15%). Ele contava com apoio público de Dilma, dividido com o governador reeleito Jaques Wagner (PT). No entanto, no dia 21 de setembro – 12 dias antes do pleito – Dilma abandonou Geddel ao declarar torcida exclusiva a Wagner.
A atitude impactou nas bases eleitorais do PMDB baiano, que passaram a olhá-la de forma hostil. A consequência veio nas urnas e Dilma não conseguiu agregar a soma dos votos dos dois candidatos da sua base. Na Bahia, ela ficou no mesmo patamar de Wagner: 62%, contra 63% do governador. Geddel foi o terceiro com 15%.
Com o segundo turno, é consenso no meio político é que o PMDB ganhou em importância na disputa e, portanto, em influência num possível governo Dilma. Na Bahia, a grande questão é se o ressentimento dos peemedebistas com a candidata será suficientemente esquecido ao ponto de eles se empenharem na campanha dela.
Após conversa com o presidente nacional do PMDB e candidato a vice na chapa de Dilma, Michel Temer (SP), e de ter se encontrado com a própria candidata, Geddel Vieira Lima decidiu manter seu apoio à candidatura petista no segundo turno e, para motivar os seus correligionários, reuniu, na última sexta-feira, mais de uma centena de prefeitos, vereadores e lideranças políticas do interior. O encontro contou com a participação de Michel Temer e do senador César Borges (PR), candidato à reeleição derrotado, e foi pródigo em discursos em favor do esquecimento ao que aconteceu no primeiro turno e de estímulo às bases para que voltem a apoiar Dilma Rousseff na eleição de 31 de outubro próximo.
Fonte: Terra