Porto da Barra, esse lugar da cidade que todo mundo tem uma historinha boa para contar. Começou com Thomé de Souza, que desembarcou no porto em 1549 para fundar a primeira capital do Brasil, e chegou até o editor do caderno de viagens do *The Guardian*, que apontou o Porto como uma das praias mais belas do mundo. Há quarenta anos, no dia vinte de setembro, olhando o pôr do sol e o mundo ao meu redor, basicamente o que estava acontecendo comigo era que a linearidade da vida tinha simplesmente desaparecido, já que tudo mudou com aquele momento de encontro com ela.
A combinação daquilo que vivenciamos com aquilo que sentimos, no pôr do sol mais lindo, naturalmente deixou memórias duradouras, que ficaram marcadas dentro de nós. Podemos nos lembrar de muita coisa sobre aquele dia porque nos lembramos de como nos sentimos, a química no olhar, a água de coco. De quando em quando, soprava um vento seco e áspero, mesclando-se ao som monótono do barulho do mar.
Tal era o quadro e o momento. Tudo passa na Terra: beleza, graça, e tal como uma flor efêmera derrubada pelo sopro do vento, mas o encontro daquele dia se renova até hoje.