O Grupo Ambiental Natureza Bela e o Instituto CICLOS de Sustentabilidade e Cidadania promoveram, nos dias 08 e 09 de junho, uma agenda composta por oficina e seminário na cidade do Prado, em que discutiram ao lado de parceiros e apoiadores o lançamento do projeto Reconectando Florestas.
O tema da ação foi “Os desafios da restauração florestal no Mosaico de Áreas Protegidas do Extremo Sul da Bahia (Mapes)”. O Mapes está localizado no Corredor Central da Mata Atlântica, região de extrema importância biológica e alta prioridade para ações de conservação e recuperação.
O Grupo Ambiental Natureza Bela, é uma organização que atua há 20 anos na área do mosaico, visando alinhar estratégias e otimizar recursos e investimentos, juntamente com um pool de parceiros que inclui gestores de unidades de conservação. Já o Instituto CICLOS foi fundado em 2018 por um grupo de ambientalistas, pesquisadores e profissionais com décadas de atuação na área.
Por sua vez, o projeto Reconectando Florestas visa implementar ações de recuperação da vegetação nativa em 193 hectares, além de fomentar o desenvolvimento de agentes locais engajados na cadeia produtiva da restauração florestal.
Geisa Bertti, presidente do Grupo Ambiental Natureza Bela, explica que o grupo vem atuando desde 2001 em diversas atividades ligadas à restauração de florestas. “A gente tem buscado e agradece a todos os parceiros que aderiram a esta atividade e a gente se sente muito feliz com a quantidade de hectares que a gente vem restaurando”, disse.
Marcos Lemos, diretor de Projetos do Grupo Ambiental Natureza Bela e conselheiro Nacional do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, considera o lançamento do projeto um marco histórico. “Sendo aqui em Prado a gente conseguiu reunir atores, investidores, diversas instituições, o poder público para que a gente discuta essa paisagem e sobretudo a possibilidade de fomentar novos negócios”, comentou.
Otávio Gadiani Ferrarini, coordenador do Departamento de Ecossistemas do Ministério do Meio Ambiente, considerou importante o evento para a discussão do tema no território. “Tem sido um momento muito rido de troca de experiências de conexão de todos esses atores, de discussão de uma estratégia pro território, para pensar isso: como a gente pode promover isso com ganho ambiental, com engajamento social?”, disse.
Para Renata Lopes, engenheira agrônoma do Programa Arboreto, o evento faz a junção de atores e iniciativas existentes no território. “São iniciativas voltadas para a parte de restauração. A gente vê aqui no público tanto pessoas com projetos em andamento, consolidados, a serem inscritos, como também vê várias oportunidades que garantem o financiamento desses projetos”.
Segundo Raony Palicer, coordenador de Originação de projetos do Fundo Ambiental Sul Baiano (FASB), são dois editais anuais lançados pelo fundo. “Tanto o Ciclos como o Natureza Bela são desenvolvedores de projetos que tiveram aprovações no FASB e atuam na restauração florestal da região. Fica o convite para quem tiver ideias pra enviar na nossa próxima janela em novembro”.
Marcos Pinheiro, cientista Ambiental do Natureza Bela, diz que o evento é importante pois oportuniza o conhecimento de diferentes projetos ligados a assunto. “Especificamente, para o Natureza Bela, que apresenta o projeto financiado pelo Funbio, estamos procurando parceiros para implementar um curso de formação de novas lideranças na cadeia de restauração e instituições para somar nesse processo”.
Ricardo Ribeiro Rodrigues, professor titular da Universidade de São Paulo (USP), atua há mais de 20 anos na região, em vários projetos. “A importância desse evento é por essa região ter, talvez, na Mata Atlântica, o maior potencial de restauração florestal que nós temos, por vários aspectos, mas, principalmente, pelo papel que vai ter na conservação da biodiversidade”.
Mara Angélica, coordenadora de Gestão da Biodiversidade do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), considera que o evento reconecta também pessoas, após um período de pandemia. “Vem trazendo essa perspectiva de como vão ser os próximos passos com relação à restauração e à conservação da Mata Atlântica. A gente vê que, de fato, as comunidades estão integradas com as políticas públicas”.