Por Ramiro Guedes
Depois de uma semana de greve da Polícia Militar, e ainda que as negociações estejam em impasse a nível estadual, o clima em Teixeira de Freitas se revela calmo e a cidade segue seus parâmetros na área de segurança.
A situação só esteve fora da normalidade na sexta-feira, dia 3, quando lojas do centro da cidade foram assaltadas e o comércio fechou uma hora mais cedo como medida de prevenção. Já no sábado, a situação se revelou mais calma. Autoridades ouvidas creditam que essa situação se deveu ao patrulhamento da cidade feito pela CAEMA, que desde os primeiros momentos arrogou a si tal responsabilidade. Também a atuação pronta da Polícia Civil contribuiu para que a marginalidade não ousasse ações mais agudas contra a população.
Um delegado, que preferiu não se identificar, pontuou: “a bandidagem tem medo da ação severa da CAEMA e por isso não ousou descer para o centro”. Os casos de prática delituosa, segundo esse mesmo delegado, ficou dentro dos níveis usuais para uma cidade como Teixeira de Freitas: “de mais grave, tivemos um crime que aponta para execução em acerto de drogas: o da carona de uma moto desceu e fulminou um rapaz que estava sendo seguido há algum tempo. Esse crime está se tornando comum na cidade e nada indica que tenha qualquer relação com a greve da PM”, comentou o delegado.
Outro fato que contribuiu para a calma que se observa foi a atuação conciliadora e firme do novo comandante do 13º Batalhão, Major Osiris Moreira Cardoso, que substituiu o tenente-coronel Sérgio Barros, exonerado pelo governador Jaques Wagner, em ato publicado no dia 7 de fevereiro, no Diário Oficial do Estado.
O major Osíris, que era comandante da 44ª Cia. Independente de Polícia Militar em Medeiros Neto, assumira o cargo de comandante do 13º interinamente, e teve seu nome escolhido e efetivado, conforme publicação no mesmo Diário Oficial do dia 7. Logo que assumiu o cargo, o novo comandante se reuniu com o presidente da Associação dos Praças Policiais Militares do Extremo Sul da Bahia (ASPRATEF), reunião que abriu caminho para um relacionamento menos tenso entre grevistas e comando. O major, após a reunião com o soldado Souza, presidente da Associação, solicitou reunião com a presença do Dr. Argenildo Fernandes, com representante do judiciário, OAB, Ministério Público e entidades representativas da sociedade civil organizada. Da reunião, saiu um acordo, também aceito pela APRATEF, onde 3 viaturas com policiamento reforçado voltariam às ruas, com o intuito de robustecer a sensação de segurança do comércio e da população.
Na terça e na quarta-feira, dia 7 e 8 de fevereiro, essas viaturas foram vistas nas ruas, sendo que, segundo o major Osíris, as viaturas da CAEMA continuam em trânsito.
Várias escolas particulares, que voltariam às aulas na segunda-feira, 07, resolveram adiar esse reinício para a semana que vem. Também a Faculdade Pitágoras e a FASB paralisaram as suas aulas, em medida de prevenção contra qualquer forma de violência.
O clima na cidade é calmo e espera-se o final da greve a qualquer momento.