Greve dos Professores Estaduais da Bahia continua

A greve dos professores estaduais, que teve início dia 11 de abril, ainda não tem previsão de término, ultrapassando mais de 40 dias, o que dificulta e complica, ainda mais, a situação dos estudantes.

Na Bahia, mais de 1 milhão de alunos, distribuídos em 1.141 escolas, estão sem aula, de acordo com a APLB (Sindicato dos Professores).

Reivindicação

Os professores estão reivindicando um aumento igualitário de 22,22% a todos os docentes. Mas o governo apresentou uma proposta de apenas 6,5% para os professores do nível I, alegando não haver fundos para cobrir este novo piso salarial.

Legalidade e adesão

A justiça decretou a greve ilegal logo após seu início. Ainda assim, a APLB estima que 90% dos 37 mil professores aderiram ao movimento, que teve em assembleia na manhã desta terça-feira (22), em Salvador, onde ficou decidido que a greve será mantida e também foi definido um calendário de mobilização para os próximos dias.

ITABUNA E REGIÃO

De acordo coma diretora da Direc-7, Rita Dantas, dos 19 municípios agregados ao núcleo, 11 colégios estaduais estão funcionando normalmente, e cita algumas das cidades: “Juçari, Almadina, Ubaitaba, Gongoji, Itajú do Colônia, Itapé e Pau-Brasil”. Dantas destaca, ainda, a importância de uma negociação com bom senso, e ressalta o dever de cumprimento das 200 aulas anuais.

Manifestação

Na manhã desta segunda-feira (21), os professores realizaram um panelaço em Itabuna como forma de protesto. A mobilização teve concentração no Jardim do Ó, em caminhada pela Avenida Cinqüentenário. Com faixas e panelas em mão, apitos na boca e nariz de palhaço, puderam mostrar suas inquietações e, principalmente, seus desejos em serem atendidos logo, pois afirmam estarem preocupados com o ano letivo.
















Principais afetados

Aproximadamente 20 mil alunos estão sem aula e 500 professores em greve, segundo o diretor Geral da Delegacia Sindical da APLB Sindicato, João Rodrigues.

Os principais afetados em meio à greve são os estudantes, que apesar de entenderem e apoiarem à greve e, consequentemente, a melhor remuneração para os professores, exigem que essa situação seja logo resolvida, pois temem em estudar, ao invés de curtir as férias, como desabafa a estudante Mariane Rocha Reis, de 16 anos: “Eu, como aluna do terceiro ano do ensino médio, fico muito preocupada com essa situação. Esse ano seria o ano de mais estudos. Precisamos voltar à rotina, estudos, provas, trabalho, só assim conseguiremos alcançar nosso objetivo de passar em um bom curso, em uma boa faculdade. Concordo com a greve, os professores cada dia que passa estão sendo desfavorecidos. Sob meu entendimento, o governador cortou muitos direitos e benefícios dos mesmos. Merecem o aumento, e rápido, pois os mais prejudicados somos nós alunos que perdemos mais de 1 mês de aula. Espero que o governador perceba a burrada que está fazendo e ajuste logo esse problema, que foi causado pelo próprio”.

Os pais também se mostram bastante preocupados com toda essa situação, muitos até chegam a cogitar a possibilidade de transferir seus filhos para escolas da rede particular, é o caso da mãe Gracielma Bispo: “A minha maior preocupação é por conta que está perto de se fechar o semestre, daqui a 2 meses ou 1 mês e meio mais ou menos. Se daqui a 15 dias não retornar, o ano letivo estará perdido. Será um sacrifício, mas penso em transferir minha filha para a escola particular”. Compara ainda a greve dos policiais com a greve dos professores: “Pra mim o pior culpado é o governo, quando teve a greve da polícia, acredito que não durou mais de 15 dias, porque direta ou indiretamente afetavam a eles, seus filhos e principalmente por causa do Carnaval, principal fonte de renda. A greve dos professores não interessa a eles, pois seus filhos não estão estudando em escolas estaduais”, contesta a mãe.

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