“Vejam como é grande o amor que o Pai nos concedeu: que fôssemos chamados filhos de Deus, o que de fato somos! Por isso o mundo não nos conhece, porque não o conheceu.” (1 João 3.1)
João nos convida a adotar uma perspectiva neste texto. É assim que o leio. Muito mais do que apenas como uma chamada de atenção: “Olhem aqui! Notem isso!”. Sinto-me convidado a aprender a manter claro diante de mim a grandeza do amor de Deus. E a seguir pela vida insistindo em olhar para este mesmo lugar, pois por mais que olhe para ver a grandeza do amor de Deus, percebo que ele jamais cabe em meu olhar. Há sempre mais para ver. Este olhar tem o sentido de aceitar o desafio de continuar crendo no amor de Deus, apesar das feiuras e desamores desta vida. Este mundo é mal mas o amor de Deus é grande! Eu sou imperfeito e é inegável que o mal está sempre à espreita em algum canto dessa minha casa chamada vida terrena, mas o amor de Deus continua sendo grande. Você também é como eu, mas o amor de Deus por nós é grande. E eu quero, escolho, ser atraído por esse grande amor.
Preciso desse grande amor. Ele não poderia ser menor do que é, pois minha necessidade dele é grande. Não poderia ser de um tamanho que eu pudesse entender e perceber completamente com minhas limitações. É justamente de um amor grande como o de Deus que pecadores precisam. E eu sou pecador. Preciso ser perdoado, compreendido, pacientemente acolhido. Preciso de uma misericórdia que não fica velha, mas que se renova cada dia. Preciso de um amor que não desiste. E é assim o grande amor de Deus. Pois, como canta Gerson Borges em sua canção Meditação, “Não é de vez em quando que eu peco, não é de vez em quando que Deus me perdoa: eu sou pecador e Deus é amor! Não é que eu não queira a santidade, não é que eu não queira viver de verdade: eu sou pecador e Deus é amor!” Somente um amor grande como o de Deus criaria a graça que nos acha até mesmo onde a esperança não pode ser vista.
Volto ao meu irmão Gerson e à mesma canção, (poetas dizem o que nós só conseguimos sentir): “A graça feito a água vai pra baixo e fim do poço atinge, onde às vezes me acho. Eu sou pecado e Deus é amor!”. Por essas e tantas outras razões que tornariam este texto longo demais para o seu propósito, leio este verso e sinto-me convidado a fixar minha fé e meu olhar no Deus que me ama. E creio que também ama você, igualmente. É com esse grande amor diante de nós que a vida fará sentido, mesmo quando os fatos nos roubarem todo sentido. É com esse amor diante de nós que perderemos o medo de viver e a teimosia de errar o mesmo erro cederá espaço à força que nos tornará capazes de dizer “não” a nós mesmos. O amor de Deus faz isso. Ele é grande. É tanto quanto precisamos que seja e mais. Veja, contemple comigo: como é grande o amor que o Pai nos tem concedido!