Apesar da ameaça de greve dos servidores públicos por aumento salarial, o secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, disse que o governo só tomará a decisão sobre quais categorias serão atendidas em janeiro.
Ele destacou que a diretriz do Tesouro Nacional é não conceder reajuste ao longo de 2022. Contudo, o Orçamento aprovado pelo Congresso trouxe uma previsão de R$ 1,7 bilhão para atender, principalmente, os policiais, base de apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL).
— Essa discussão ainda está por ser feita, ainda não está definido como serão alocados esses recursos de R$ 1,7 bilhão. A gente ainda não tem uma definição e, ao longo do mês de janeiro, devemos ter mais clareza. A diretriz que a gente trabalha até então é de não reajuste ao longo de 2022 — disse Valle ao comentar o resultado das contas do Tesouro no mês de novembro.
Ao ser indagado sobre a mobilização dos servidores públicos, o secretário respondeu:
— A gente sabe que é uma preocupação, há mais de dois anos que não tem reajuste salarial. É normal haver esse debate.
Ele evitou dar detalhes sobre o pagamento de bônus para os auditores da Receita Federal. Valle disse não ter conhecimento sobre a minuta de um decreto enviado à Casa Civil com esse teor. Porém, auxiliares do ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmam que a proposta foi enviada.
Valle afirmou também que o governo terá que fazer ajuste na proposta orçamentária aprovada pelo Congresso, como por exemplo, cancelar algumas despesas. Esses ajustes se devem a uma previsão subestimada de gastos obrigatórios.
— Certamente a gente terá que fazer alguns ajustes, alguns cancelamentos de despesa. Teremos mais detalhes nos próximos dias.
Fonte: O GLOBO