GOVERNE MELHOR A SI MESMO

“Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se, pois a ira do homem não produz a justiça de Deus.” (Tiago 1.19-20)

Não há dúvida: relacionamento interpessoal é o campo mais exigente da vida humana. E pelo andar da carruagem, temos nos treinado para falhar. Afirmo isso porque com a tecnologia e nosso estilo de vida, relacionamentos têm sofrido mais que recebido ajuda. É verdade que fala-se muito em tolerância, procura-se ampliar a consciência social sobre  a realidade da diversidade e do dever que termos de nos respeitar, mesmo que não concordemos uns com os outros. Mas é verdade também que há uma onda crescente de individualismo que acaba por pesar no lado oposto da balança. Nunca tantas pessoas moraram sozinhas quando em nossos dias. Parece haver um crescente senso comum de que o melhor a privatização da vida – cada um no seu quadrado! Some-se a isso o medo da violência que alimenta desconfianças. A consciência da diversidade não elimina o medo do diferente.

A fé cristã é uma fé relacional. Ela valoriza a solitude e o afastamento eventual para reflexão e prática de exercícios espirituais. Mas ela é a fé do amor, da proximidade com o próximo, da atenção ao necessitado. É a fé da irmandade, do companheirismo, da mutualidade, do uns com os outros. Mas quantos de nós estamos nos saindo bem em nossas relações. A igreja tem corrido um risco crescente de ser apenas um agrupamento de pessoas, que somente ocupa o mesmo espaço físico para a prática de ritos e quase nunca para relacionamentos. Devemos perceber isso é agir para que sejamos, tanto na convivência como igreja quanto em nossa vida pessoal, seres mais relacionais, que revelam a natureza de fé no contato com o outro. E um bom começo é refreando nossas reações inadequadas e superando nossa possível inaptidão relacional, provocada pelo individualismo característico de nossa sociedade.

Tiago nos orienta a três atitudes: sejam prontos a ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se. A prática dessas orientações pode fazer grande diferença positiva em nossos relacionamentos. Bons ouvintes são normalmente bons falantes. Falantes inadequados normalmente são ouvinte ruins. Estar pronto para ouvir é ouvir com empatia, com disposição de compreender. Isso é fundamental. Se ouvimos pensado em como responderemos, não ouvimos de verdade. Se decidirmos ouvir com amor, seremos capazes de reduzir a ira, fruto da incompreensão e do egoísmo. E ao falar, falaremos de modo adequado, com mais sabedoria. Quem sabe não é o que está faltando em sua vida conjugal, ou na relação com seus pais ou filhos, ou mesmo na relação com pessoas difíceis de seu condomínio? E na igreja, como tem sido? Seja você o ponto da mudança. Ouça mais e melhor, fale com sabedoria e não diga não à ira. Governe melhor a si mesmo! Você será mais feliz e contribuirá para que outros também sejam.

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