Geddel escapa de ser convocado em Comissão da Câmara

Por Lúcio Andrade/ O Sollo

Brasília- O Ministro Geddel Vieira Lima, um dos principais nomes do governo Temer, escapou de ser convocado numa comissão da Câmara para explicar, como teria usado o cargo para favorecer interesses particulares em um imóvel em Salvador.

Mesmo com essa vitória, a situação de Geddel não é nada confortável! O Ministro ganhou um round na Câmara. Ele é acusado de ter pressionado o então Ministro da Cultura, Marcelo Calero, para liberar a construção de um edifício na capital soteropolitana. Na quarta-feira, dia 23 de novembro, novas informações sobre o prédio onde o Ministro tem um apartamento.

Parentes de Geddel também estão envolvidos no projeto do edifício. A obra com projeto de 31 andares foi aprovada pela prefeitura e autorizada pelo IPHAN da Bahia, mas, o IPHAN nacional mandou parar. No processo que tenta reverter essa situação, a construtora responsável, Porto Ladeira, é representada por dois advogados: Igor Andrade Costa e Jaime de Souza Vieira Lima Filho, primo de Geddel.

A procuração da empresa foi emitida no nome deles. Um sobrinho de Geddel, Afrísio Vieira de Lima Neto, também aparece no documento como estagiário. E Igor Andrade é advogado de Geddel em processos na Bahia, e sócio de Jaime no escritório de advocacia. O nome de Igor aparece na ata da assembleia que constituiu o condomínio no ano passado.

Em um dos apartamentos, aparece o nome da Upside Emprendimentos Ltda, de uma sobrinha de Geddel, Fernanda Vieira Lima Calazans. De acordo com a documentação, o prédio é construído em regime de administração, ou seja, os donos do apartamento são responsáveis pelo andamento da obra, e assumem os riscos e a variação de custos.

E a imprensa acabou fazendo mais revelações: Na Comissão de Ética Pública, ligada à Presidência da República, o conselheiro José Saraiva, o único que pediu mais tempo para analisar se votaria pela abertura de processo contra Geddel Vieira Lima, é advogado de uma associação, da qual faz parte a construtora do prédio em Salvador. Quem mostrou foi o jornal Folha de São Paulo. Só depois da reportagem, o conselheiro confirmou que tem relações pessoais e profissionais com o Ministro, e se declarou impedido de participar da análise do processo de Geddel. O afastamento foi negociado pelo Planalto.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui