Garis de Porto Seguro participam de projeto de alfabetização

Garis de Porto Seguro participam de projeto de alfabetização
Garis de Porto Seguro participam de projeto de alfabetização. Fotos: Ascom

Trabalhadores da limpeza pública de Porto Seguro que não conseguiram ir à escola quando crianças ou não puderam dar prosseguimento aos estudos estão tendo uma nova oportunidade oferecida pela Prefeitura do município. É o projeto Gari na Escola – Alfabetização Cidadã, que ensina a ler e escrever e leva outros conhecimentos para os profissionais responsáveis pela limpeza da cidade.

As aulas começaram em abril deste ano e são ministradas pela professora Lucimara das Virgens Silva, que trabalha com duas turmas, uma, com 28 alunos, no Mercado Municipal do bairro Campinho e outra com 26, no Colégio Paulo Souto, no Baianão. Os conteúdos abrangem a alfabetização, 1ª, 2ª e 3ª séries e o objetivo é fazer com que os alunos retornem aos estudos, ingressando no ensino regular. E se depender dos “novos” estudantes, eles irão muito além. “Mesmo garranchado, eu já sei escrever meu nome. Só não pode desistir. Eu vou continuar, em nome de Jesus. Quero me formar e ser professora, para ensinar mais gente”, afirma D. Maria José dos Santos, de 67 anos.

Para Rosemeire Pires, de 40 anos, essa oportunidade é a realização de um sonho. “Minha mãe morava na roça e eu não tive estudo. Às vezes quero ajudar meus filhos nas tarefas da escola, mas não consigo. Meu sonho era estudar e hoje eu estou muito alegre com Deus e as pessoas que criaram esse projeto. Muita coisa que eu não sabia, hoje eu já sei”, comemora, emocionada. E avisa que não pretende parar por aí. “Minha vontade mesmo é me formar e ser assistente social, para ajudar outras pessoas. A gente nunca deve desistir de um sonho”, ensina.

Persistência não falta também para a professora Lucimara, que se divide entre as duas turmas de alunos, trabalhando textos, músicas, fichas e outros recursos para levar conhecimento a quem estudou pouco ou nunca havia entrado em uma sala de aula. E o melhor de tudo, é comprovar a evolução dos seus aprendizes. “Estou surpresa com o resultado das avaliações. Tinham alguns aqui que não conseguiam pegar no lápis e hoje já conseguem juntar as sílabas e escrever o nome deles. É muito gratificante ver que eles estão aprendendo de verdade”, enfatiza Lucimara.

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