Fiz uma perícia trabalhista de um trabalhador que atuava em uma funerária no interior do Estado.
O lugar, situado no centro da cidade, tem um salão para cerimônias. Lá, conversei com funcionários — ou posso chamá-los de agentes funerários — que preparavam o corpo para o velório ou funeral. Lá, tomei conhecimento dos custos de diferentes caixões, flores, urnas para cinzas, o carro funerário e, obviamente, a cremação ou o enterro. Afinal, tudo tem um custo, desde o algodão que enfiam no nariz até os diferentes tipos de caixão, que podem ser de madeira natural, compensada ou esculpida. Mesmo após a morte, as pessoas são colocadas em hierarquias.
Enquanto viajava em meus pensamentos, refletia sobre cremação ou enterro, sobre o fim, com cinzas ou cadáver: a imobilidade e o silêncio.