De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 11.540 novos casos de leucemia devem ser registrados em 2024 no Brasil. Na Bahia, a estimativa é de 680 novos casos. Esse tipo de câncer, que começa na medula óssea e se espalha para outras partes do corpo, faz com que os glóbulos brancos (leucócitos) percam a função de defesa do organismo e passem a se reproduzir desordenadamente. De origem, geralmente, desconhecida, a leucemia tem no diagnóstico precoce sua melhor forma de prevenção. “Um simples exame de sangue de rotina, como o hemograma, pode ser o suficiente para o diagnóstico inicial ou a suspeita de leucemia”, explica a hematologista Luiza Cardoso, do NOB Oncoclínicas.
Prevenção e diagnóstico precoce
De um modo geral, trata-se de uma neoplasia maligna que não pode ser prevenida justamente por não ter causas bem definidas e fatores de risco precisos associados à doença. “A melhor forma de prevenção é o diagnóstico precoce. Grande parte dos pacientes acometidos por tumores hematológicos não apresenta fatores de risco conhecidos modificáveis. Isso reforça a importância de se fazer os exames laboratoriais de rotina”, destaca Luiza Cardoso. Apesar de ser um tipo de câncer com causas ainda pouco conhecidas, vários estudos apontam fatores que podem aumentar o risco para alguns tipos da doença: herança genética, tabagismo, exposição ambiental ao benzeno e à radiação ionizante, exposição a agrotóxicos e solventes.
Um simples exame de sangue de rotina, como o hemograma, pode ser o suficiente para o diagnóstico inicial ou a suspeita de leucemia. “A realização dos exames periódicos anuais de sangue, como o hemograma, é fundamental para identificar alterações hematológicas”, explica a hematologista Luiza Cardoso. “Quando se identifica precocemente alterações no hemograma e a doença é confirmada, através de outros exames específicos como o mielograma, e tratada logo no início, as chances de cura aumentam bastante”, acrescenta a hematologista.
Sintomas mais comuns
Sintomas como perda de peso sem motivo aparente, palidez, cansaço, falta de energia, febre ou suores noturnos, aumento de gânglios, infecções persistentes ou recorrentes, hematomas, sangramentos sem causas aparentes e desconforto abdominal (por causa do aumento do baço e do fígado) devem ser investigados por um médico. As leucemias podem afetar pessoas de diferentes faixas etárias, inclusive crianças, como no caso da leucemia linfoide aguda.
Terapia gênica: avanço promissor
Terapias inovadoras, como o Cart Cell, são esperança para o tratamento de tumores hematológicos. A terapia já é usada nos Estados Unidos e em outros países para tratar alguns tipos de leucemias e linfomas avançados. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já aprovou quatro medicamentos para terapia gênica com células CART Cell, uma nova forma de imunoterapia personalizada que utiliza células de defesa do sistema imune do próprio paciente, os linfócitos T, modificadas geneticamente em laboratório para reconhecer e lutar contra os tumores.
Indicada para tratar tumores recidivados ou que não responderam a outros tratamentos, cirúrgico, radioterápico ou quimioterápico, a terapia é usada nos casos de Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) de células B, Linfomas não Hodgkin e mieloma múltiplo. Por enquanto, o tratamento ainda não faz parte do rol de procedimentos da saúde suplementar e não foi incorporado ao SUS, mas já vem sendo realizado, em caráter experimental, através de ensaios clínicos realizados apenas por instituições de referência.
“Trata-se de uma possibilidade terapêutica que usa tecnologia avançada e pode trazer resultados mais efetivos e mais qualidade de vida para pacientes com tumores avançados”, finaliza Luiza Cardoso.