Encontrei com Gil em 1983 quando eu tinha 26 anos e ele 40, estava realizando uma excursão por 10 países e encontraria o grupo no dia seguinte. Então, no hotel Conversion, conversamos e solicitei, claro, uma foto para registrar o momento, naquela época a câmera tinha aquele rolo de filme, que precisava ser revelado, lembro estar com um casaco verde devido ao frio do fim de maio, ele com uma bata branca, fui ao show onde a maioria era brasileiros, os espanhóis eram minoria, aquelas velas acessas cantando “No Womam, No Cry” naquele estádio estrangeiro, eu jovem nas minhas primeiras férias, saído de uma cidade rural (Irecê), foi marcante e belo.
O que foi frustrante ao tentar revelar o filme foi o filme estar queimado. Vocês já escutaram a expressão “queimar o filme”? Ela surgiu na década de 1990, quando o uso de câmeras analógicas era muito comum. Era preciso tomar muito cuidado para não expor o filme fotográfico a excesso de luz, pois isso queimaria e destruiria a imagem fotografada. Daí nasceu o termo “queimar o filme” de alguém, ou seja, fazer a pessoa passar por uma situação ruim.
Mas ao ler o livro “Profecia Celestina” entendi que “Profecia é história do futuro.” E, aquele encontro tinha que fechar o ciclo, então no dia 30.01.2023, quarenta anos depois Gil com oitenta anos, e eu com 65, fazendo uma perícia de um ex-integrante da banda de Ivete, encontro Gil e digo resumidamente esta história, então ele consentiu na foto para o fechamento de um ciclo.