Casais que tentam ter filhos podem ter mais chances de uma gravidez durante a primavera. Pelo menos é o que sugere um estudo realizado pelo Instituto Sapientiae, que aponta a estação como favorável à fertilização graças ao sêmen conter mais espermas, com mais motilidade (capacidade de se movimentar) e menos defeitos.
Segundo o urologista e especialista em medicina reprodutiva Dr. Edson Borges, há um grande salto nas taxas de fertilização do inverno para a primavera: de 67,9% na estação mais fria do ano para 73,5% na estação das flores.
“As causas exatas para esse aumento da fertilidade masculina não são totalmente conhecidas. Aparentemente, o esperma é mais afetado durante os períodos de muito frio ou muito calor. Sabemos que essa diferença tem algo a ver com temperaturas agradáveis, exposição adequada à luz natural, e, consequentemente, uma variação hormonal que favorece a fertilização”, explica o médico.
Entenda o estudo
Para chegar a essa conclusão, o estudo acompanhou 1.932 pacientes que foram submetidas à fertilização in vitro (FIV) durante um ano: 444 na primavera, 469 no verão, 584 no outono e 435 no inverno. Os resultados apontaram características benéficas da estação das flores.
“Assim como a natureza se enche de ânimo e se enfeita durante a primavera, também os casais podem manifestar uma diferença de comportamento nessa época do ano, com uma atitude mais positiva, com menos estresse, menos sedentarismo, e uma disposição maior em adotar hábitos que favoreçam a fertilidade, como largar o cigarro e o álcool, aumentar a ingestão de frutas, verduras e alimentos integrais, reduzir o consumo de gordura trans e carne vermelha, e dar uma atenção especial ao sono. Todo esse conjunto é altamente benéfico para os casais que desejam engravidar”, afirma Dr. Borges.
Outro estudo realizado em Israel, na Universidade Ben-Gurion, avaliou mais de seis mil homens em tratamento de fertilidade. Os resultados foram parecidos, evidenciando que no final do inverno e começo da primavera são encontrados espermas em maior quantidade, mais motilidade e menos anormalidades que poderiam eventualmente dificultar o tratamento de fertilização.
Fonte: Bolsa de Mulher