Feridas melhores que beijos

“Quem fere por amor mostra lealdade, mas o inimigo multiplica beijos.” (Provérbios 27.6)

Lembro-me de um tempo em que muitos crimes eram cometidos “por amor”. Na maioria deles, homens possessivos e ciumentos assassinavam companheiras ou esposas e afirmavam tê-lo feito “por amor”. Uma campanha então foi feita: “quem ama não mata”. Ela foi muito importante e ajudou a melhorar a postura social nesta questão. Já não é comum se dizer “matei por amor”. Mas o sábio nos chama a atenção para uma outra realidade, associando feridas ao amor e beijos ao desamor.

Ele fala da possibilidade de se ferir por amor, demonstrando lealdade e de se beijar exageradamente, por motivos torpes. Ele refere-se à coragem de pessoas que amam o bastante para fazer o papel difícil, para dizer o que vai ferir e com isso se desgastar, mas por lealdade. Não há muitas pessoas assim, mas como elas são importantes! Como precisamos de amigos assim e pais com essa postura. As vezes amar é ferir, assim como, as vezes, o beijo, o elogio, a bajulação, são instrumentos usados pelo desamor, pela inimizade, pela traição.

Precisamos nos esforçar para amar com todos os custos que o amor exige. Ser amigo não é concordar sempre e amar não sempre agradar. Pois não há quem jamais precise de repreensão, de ouvir com todas as letras: “você está errado!”. Não se trata de sair afrontando as pessoas, mas de lidar com aqueles a quem amamos com a verdade, mesmo que seja difícil e desagradável. Estejamos mais dispostos a falar e ouvir a verdade, mesmo que dura, por amor. Mil beijos displicentes, complacentes, jamais compensarão a ausência de uma ferida causada pela lealdade de alguém que nos ama!

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui