Fé, razão e emoção

“Perguntaram-se um ao outro: Não estavam ardendo os nossos corações dentro de nós, enquanto ele nos falava no caminho e nos expunha as Escrituras?” (Lucas 24.32)

Não há dúvida que a fé e a emoção são muito difíceis de serem separadas. Fala-se muito em fé e razão, numa preocupação de demonstrar que não são incompatíveis. Já quanto à fé e a emoção, elas naturalmente andam juntas. Essa proximidade entre a fé e a emoção levanta suspeita quanto à razão (a lógica) na visão de algumas pessoas. Especialmente aquelas menos dadas à emotividade. Mas, em se tratando de fé, como é a nossa emoção? Há propostas religiosas que torna a emoção o veículo da fé. Manter o coração acelerado é importante e, algumas vezes, a base para que os caminhos da religião sejam percorridos. Há outras em que a razão é a senhora que dita o caminho. A precisão das palavras guia a frieza que marca as relações com a vida e com as pessoas. Conquanto que satisfaça o critério da razão, não há necessidade de se produzir sentimentos de alegria. Neste caso, é melhor ter razão do que ser feliz!

O que aqueles discípulos no caminho de Emaús sentiram ao caminhar com Jesus e ouvir Seu ensino? O que Jesus lhes disse era justamente a contradição de suas ideias. A razão estava no jogo. Eles estavam decepcionados com a crucificação, mas Jesus lhes mostrou foi que as Escrituras já prediziam aqueles fatos. A cruz não destruiu nada, ao contrário. A cruz fez parte do processo de consumação do propósitos de Deus. Diante disso a esperança dos discípulos voltou, bem como a coragem. A sensação de que haviam perdido seu tempo transformou-se em convicção de que haviam feito a coisa certa ao seguir Jesus. O mundo interior deles foi colocado em ordem pelas palavras de Jesus. O Evangelho faz exatamente isso, pois ele nos leva à verdade sobre nós mesmos e sobre a vida. Nosso vazio é alimentado pelas ilusões que temos sobre ambos. Por isso o coração deles ardia. Eles se sentiram felizes e animados!

Não há como separar fé, emoção e razão, mas nem toda fé, nem toda razão (pensamento) e nem toda emoção no campo de nossa espiritualidade produz verdadeira vida. Considerando a emoção, é importante saber que ela não é inimiga da maturidade e do equilíbrio. O fato de pessoas desequilibradas e imaturas revelarem-se tantas vezes pela via da emoção não deve marginaliza-la aos nossos olhos. A experiência com Deus, o sentir Sua presença e discernir Seus preceitos, emociona. Emociona porque a vida se reorganiza e passamos a ver o que não víamos entender o que não entendíamos sentir diferente de como sentíamos diante dos mesmos fatos, sem que nada tenha mudado. A fé cristã é a fé da comunhão. Ela toca a razão e a emoção pelo caminho da fé. Que seu coração possa arder e sua mente ser iluminada pelo Cristo que morreu para nos dar vida!

 

ucs

 

 

 

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