“Mas estende a tua mão e fere tudo o que ele tem, e com certeza ele te amaldiçoará na tua face.” (Jó 1.11)
Essas palavras saem dos lábios de satanás. Ele está conversando com Deus sobre Jó. Deus fala da integridade do coração do homem de Uz: “Jó me adora em espírito e em verdade!” Mas o maligno não pode acreditar nisso. Com tanta gente movida por uma fé interesseira, recheada de ilusões e fantasias sobre si mesmo, sobre a vida e sobre o próprio Deus, Jó não haveria de ser uma exceção. Satanás então diz para Deus: “é claro que ele adora o Senhor! Afinal, quantas bênçãos ele tem recebido? Ele tem tudo que deseja: uma linda família e bens. Tire isso dele e ele vai blasfemar”.
A tese do maligno é terrivelmente maligna: “Deus, ninguém pode amar você de verdade, sem que o Senhor compre isso com Suas bênçãos. Os seres humanos não têm essa possibilidade espiritual e este Seu universo precisa ser bajulado para que possa governa-lo. Não espere obediência, submissão voluntária e, muito menos, amor. E eu insisto: Jó não é uma exceção”. E quanto ao próprio Jó? Ele sabia exatamente o que havia dentro de si mesmo? Dizem que “a ocasião faz o ladrão”, porque a ocasião o revela. Jó estava prestes a enfrentar ocasiões que revelariam sua fibra e sua fé.
Jó orava com seus filhos e temia ofender a Deus. Não seria natural que contasse com a “fidelidade” como recompensa de Deus? Pelo menos é o que ensinam as orientações espirituais modernas: fazemos votos para obter favores, damos dízimos para receber em dobro, oramos para ter poder e resistimos às tentações para escapar das maldições. Mas, e se Deus nos nega “o direito adquirido”? Seguindo a história de Jó teremos uma boa oportunidade de avaliar que tipo de fé alimentamos e será uma benção poder descobrir se estamos enganados sobre nós mesmos. Deus sabe o que nos motiva. Não precisamos descobrir da pior maneira.