“E lhes dizia: O Filho do homem está para ser entregue nas mãos dos homens. Eles o matarão, e três dias depois ele ressuscitará. Mas eles não entendiam o que ele queria dizer e tinham receio de perguntar-lhe.” (Marcos 9.31-32)
Jesus estava ensinando sobre Sua missão como Salvador, o que envolvia dor e sofrimento. O Calvário estava se aproximando. Os discípulos estavam completamente distantes disso. As palavras de Jesus não faziam o menor sentido para eles. Mas este não era realmente o problema! Não é fácil compreender a vida e muito menos compreender as razões de Deus. Mas Jesus estava diante deles e bastava perguntar, esclarecer. Mas “tinham receio”! Por que? Seria Jesus um tipo de Mestre impaciente e duro, que lhes causava medo?
Jesus cuidou e amou Seus discípulos. Suportou a falsidade de Judas, o atrevimento de Pedro e a inconstância de todos. Não havia nada na atitude de Jesus que lhes inspirasse medo. O problema estava com eles e era o orgulho. Logo após, quando seguem viagem para Cafarnaum, eles revelam isso ao envolverem-se numa discussão sobre qual deles seria o maior. Talvez, enquanto Jesus falava, todos faziam cara de bons entendedores, pois queriam parecer capazes. Afinal, como ser o maior discípulo e não entender o que o Mestre diz? Uma atitude que produz pessoas que sempre querem ter resposta para tudo e que não se dão conta das próprias dúvidas.
O orgulho diante da vida nos afasta das grandezas de Deus. Jesus estava falando sobre Redenção, sobre o Seu sacrifício como o Cordeiro de Deus. Nada era tão importante e determinante para a história humana. Era algo grande demais para ser compreendido, mas não para ser crido. O orgulho nos impede a entender e a crer, pois, nos convence de que as coisas precisam caber em nós, em nossa capacidade intelectual, devem fazer sentido segundo nossos critérios. Nesta via, não há lugar para dependência e submissão. O orgulho é sempre espaçoso demais! Mas nos ocupa sem nos preencher. Ficamos cheios de algo vazio. Para crescer na fé é necessário humildade. Pois a fé cristã afirma coisas que estarão além de nossa capacidade para compreender. E somente os humildes creem.