Rádios, TVs, mídias sociais, jornais e até a própria sociedade vêm se tornando vítimas e vilãs das chamadas Fake News
A facilidade de acesso às informações ou a fatos corriqueiros estão ao alcance de todos por meio da tecnologia da informação e nas redes sociais online. Coisas que antes apenas pessoas de determinada região poderiam saber, hoje, em questão de segundos se tornam um assunto mundial. Entretanto, essa universalização da informação trouxe um efeito colateral que vem sendo motivo de preocupação – é a Fake News.
Ao pé da letra, Fake News significa “notícia falsa”, e a internet potencializou de tal forma essa prática que até as pessoas mais “antenadas” sobre o que está realmente acontecendo pelo mundo também se tornam vítimas desse engano.
Se ainda estivéssemos na década de 2000, o contexto prático na disseminação de boatos, lendas urbanas ou notícias falsas ainda seria feito no boca-a-boca ou pela tecnologia do e-mail. Hoje, com o boom da conexão entre pessoas de todo o mundo, muitas realidades se tornaram ainda mais virtuais. As Fake News vão além das fofocas de antigamente ou dos contos assombrosos espalhados nas rodas de amigos.
E no Brasil, com a polarização política dos últimos anos, muitos conteúdos falsos têm passado de pessoa para pessoa, e mesmo que a divulgação de notícias falsas ainda possa ocorrer por meio de qualquer tipo de comunicação, as formas mais amplas acontecem na internet dentro das redes sociais online como Facebook, Instagram e/ou sites tendenciosos com linhagem ideológica. Além disso, programas de celular (aplicativos) como o WhatsApp, são as principais fontes de disseminação de Fake News, especialmente pelo fato de o compartilhamento de informações serem de fácil manipulação.
O especialista em redes sociais online, Edson Rodrigues de Andrade Júnior, diz que o advento da Fake News não é nenhuma novidade no mundo. “A diferença está em como esse fenômeno vem se moldando às novas tecnologias, utilizando-se de novas ferramentas para disseminar qualquer tipo de conteúdo falso”, disse. Ele ainda afirma que a tecnologia hoje em dia proporciona facilidades de acesso à todas as classes sociais e intelectuais, “e isso não quer dizer que um ou outro usuário seja criterioso enquanto receptor de alguma informação”, ressaltou.
Ainda segundo o especialista em redes sociais online, a cultura cibernética atual incentiva ao imediatismo de estar bem informado, e essa rapidez na busca pela informação leva à precipitação de aceitar aquilo como verdade sem a devida averiguação e repasse para o maior número de pessoas. “Tudo isso para não desacelerar o processo online em que vivemos”, afirmou.
Como não cair nas Fake News
Não dá para afirmar que quem navega na internet nunca será uma vítima de Fake News, mas com as devidas atitudes, os riscos de cair nessa cilada podem ser reduzidos.
Veja algumas dicas importantes para não ser apenas um replicante de notícias falsas:
- Leia muito além do que está postado
- Um título pode chamar a sua atenção, mas é melhor ler todo o conteúdo do texto – os detalhes podem mudar sua perspectiva
- Preste atenção nas fontes de informação
- Considere que sites que você nunca viu antes ou com nomes bem esquisitos podem ser uma armadilha
- Cuidado com os conteúdos exclusivos
- Até onde se sabe, ninguém redescobriu a roda, então, fique com um pé atrás caso uma “notícia” esteja unicamente veiculada naquele site. Em regra geral, duvide quando ninguém mais sabe daquele assunto.
- Atenção para não estar fazendo uma viagem ao passado
- Notícias antigas podem parecer bem atuais em determinados momentos. Fique atento quando ler que “fulano falou” ou “sicrano fez”. Às vezes, esse tal acontecimento já não tem tanta relevância no contexto atual.
- Na dúvida, não repasse! Além da sua falta de apuração, repassar notícias falsas é crime
- A Lei nº 12.965, de 2014, chamada de Marco Civil da Internet, estabelece diretrizes, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil. Isso viabilizou o amparo judicial para mitigar a propagação sem controle de Fake News.
- Se precisa repassar a informação – é falsa
- Desde o início dos anos 2000 as correntes já pregavam uma peça nos usuários da internet. Quando ler algo parecido com “repasse para o máximo de pessoas possível”, desconfie.
- Seu navegador quer agradar você
- O Google sempre irá oferecer resultados de acordo com as suas preferências e o Facebook esconde as atualizações das pessoas que você menos tem contato. É uma internet sob medida para cada usuário, por isso, verifique tudo o que for possível antes de espalhar fofocas de políticos que você não gosta ou de ideologias que você tanto admira.