Faça amigos, não discípulos

“E se vocês saudarem apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso!” (Mateus 5.47)

Há estatísticas que indicam que, após converter-se à fé cristã, em cinco anos, este convertido não terá mais nenhum relacionamento significativo com pessoas não cristãs. O que observo é que normalmente pessoas cristãs mantem relacionamentos com não cristãos com um único foco: torná-los cristãos ou, torna-los participantes de sua igreja. Embora possa parecer plenamente justificável e até mesmo correto à luz da fé, isso é muito mais fruto do que aprendemos sobre evangelismo do que o que aprendemos com o Evangelho. As vezes essa preocupação nos desvia do amor. Agimos por interesse. Nesta perspectiva tornamos nossos relacionamentos uma estratégica, guiada por um objetivo e alimentada por um interesse. Perdemos de vista a pessoa e perdemos gradativamente nossa capacidade de amar e servir. E isso enfraquece nossa fé e nossa presença na sociedade. Precisamos aprender a fazer amigos, e deixar que se tornem discípulos de Jesus pela ação do Espírito Santo.

Devemos ter em mente que é o Espírito Santo que conduz pessoas a Cristo, na medida em que se permitem ser conduzidas. É assim que se chega ao trono da graça. Não somos nós os guias, os ganhadores de almas. É o próprio Deus. Nossas ideias de evangelismo nos tornaram inventores de armadilhas para pegar descrentes e na media que temos sucesso em nossas estratégias, mais acreditamos que são a coisa certa a fazer. Não me entenda mal quando faço essas afirmações. Temos os tornado evangelizadores que, tantas vezes, falham na missão de serem sal e luz. Saímo-nos em no campo do discurso, e mal no campo do relacionamento. Onde estão o amor, a bondade e a misericórdia? Estamos amando nossos inimigos? A saudação de que Jesus fala representa conexão, disposição para relacionar-se. Precisamos reaprender a ser amigos, sem interesses, apenas por valorizar o outro. Sem segundas intenções ou estratégias. De um modo que naturalmente o Evangelho que nos habita chegue ao outro,  e não de um jeito que o outro seja um objeto de conquista para nós.

O mundo tem sido um espaço em que poucos se fazem amigos verdadeiros dos outros. A maioria dos relacionamentos é por interesse. Criamos o que chamados de network – pessoas interessantes para que eu me conecte e tenha benefícios. Quem nos quer conectados via Linkedin, normalmente consideraram nosso potencial para torná-los visíveis a outros. O Facebook e Instagram não fogem à regra: também representam um espaço de interesse. O mundo precisa de pessoas que queiram ser e fazer amigos, que queiram conhecer pessoas e amar pessoas. O Evangelho nos envia a amar. Jesus nos mandou amar. Estenda mais a sua mão. Não nos acomodemos à nossa própria versão de relacionamento por interesse. Não façamos das pessoas um alvo, mas as queiramos como amigos. Faça amigos entre os que não partilham sua fé e ame-os. Você aprenderá muito e será muito abençoado. Desfaça as armadilhas e abra o coração. É assim que Deus poderá usar você. Faça amigos e deixe que Jesus os faça discípulos!

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