Artesãos capacitados pelo Sebrae vão ainda lançar um catálogo luxuoso no final da mostra
A produção artesanal da região da Costa do Descobrimento (Porto Seguro, Santa Cruz Cabrália e Belmonte) é rica e variada, fruto de diferentes processos e referências. Muita gente ainda não conhece essa expressão artística, que poderá ser conferida na Exposição do Artesanato da Costa do Descobrimento, que começou sexta-feira, 18, e vai até o dia 30, na Praça São Brás, em Arraial d’Ajuda, sempre a partir das 18 horas.
A mostra acontece paralelamente ao 6º Festival Gastronômico Costa do Descobrimento, que está sendo realizado desde o dia 16 na região. Serão mostrados ao público cerca de 100 peças de 65 artesãos que há dois anos participam de capacitações do Sebrae.
São pinturas, biojoias, trabalhos em osso e cerâmica, entre outros, todos de beleza singular, escolhidos a dedo.
“Queremos agregar a cultura local ao artesanato. Essa exposição é a concretização de um trabalho de dois anos junto aos artesãos e agora eles vão mostrar de que forma os treinamentos os ajudaram a aprimorar ainda mais suas técnicas”, explicou o gestor de Turismo do Sebrae, Enivaldo Piloto.
Dois segmentos estarão presentes na mostra: o artesanato contemporâneo e o indígena – este um dos mais legítimos veículos de afirmação cultural e geração de renda do povo pataxó. Os artesãos indígenas participaram das oficinas do Sebrae em Coroa Vermelha (Santa Cruz Cabrália) e Aldeia Velha (Porto Seguro). Sementes e cocos de palmeiras nativas são empregados na produção de adornos para o corpo e objetos utilitários.
Na produção contemporânea se destacam técnicas como entalhe em madeira, papietagem, trançado de fibras e materiais reciclados. A tecelã Célia Amorim, por exemplo, usa fibra de bananeira para fazer seus tecidos em tear manual. Artesã há 22 anos, ela também recicla materiais. “Eu só evoluí depois das capacitações do Sebrae. Aprendemos desde técnicas de vendas até o design e agora podemos mostrar um trabalho que não é só rústico. É manual, mas tem a sua sofisticação”, destacou.
Edimilson Martins, de Coroa Vermelha, usa o pó de mármore na confecção de seus objetos e acredita que a lição mais importante que tirou dos treinamentos foi a união dos artesãos. Ele, que pratica o ofício há 30 anos, sente que agora o artesanato local está em outro patamar, rumo à profissionalização.
Itaporanga, distrito de Porto Seguro, é famosa pela comunidade de artesãos. São oito representantes na exposição, que levam trabalhos feitos com a casca do coco, principalmente biojoias, peças muito procuradas pelos turistas. Um deles, o artesão Dionísio, também é só elogios para o projeto do Sebrae: “Aprendi como acessar o mercado de forma organizada”, ressalta ele, que pretende fazer bons negócios durante a mostra.
No último dia da exposição, dia 30, o Sebrae vai realizar o lançamento do catálogo “Artesanato da Costa do Descobrimento”, com as fotos das peças em exposição. O trabalho, belíssimo, conta também um pouco do trabalho dos artesãos envolvidos no projeto. A obra será distribuída para formadores de opinião.
Em julho, a exposição chega a Salvador, no espaço do Instituto Mauá, provavelmente entre os dias 15 e 30, mas a data ainda vai ser confirmada.
Fonte: Débora Vicente