As exportações baianas somaram US$ 861,6 milhões, em novembro, resultado abaixo da média dos últimos anos para o mês e 16,2% inferior a novembro de 2023. A queda é consequência da redução dos embarques, que chegou a 21,1%, principalmente de derivados de petróleo (-64,5%); papel e celulose (-23%); algodão (-7,8%) e petroquímicos (-2,5%). Este é o terceiro mês consecutivo de contração no volume (quantum) exportado pelo estado. As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan), a partir da base de dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Os dados de novembro mostraram que houve queda de 7% no volume exportado para a China, país que enfrenta uma desaceleração econômica e que é o principal destino dos produtos baianos, com recuo de 17,4% no valor exportado no mês.
A pauta em novembro segue liderada pela soja e derivados, que totalizou US$ 260,7 milhões, a despeito da queda de 13% nas vendas, reflexo da queda de preços em 17,4%, já que o volume embarcado subiu 5,4%, no comparativo interanual. É bom destacar que o quantum de soja subiu mesmo com a redução da safra 2023/24 em 34 mil toneladas, em relação ao período anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No total do mês, por agregado, houve queda em todos os ramos de atividade: de US$ 80,7 milhões (-23,8%) em produtos da Indústria de Transformação; de US$ 47,6 milhões (-32%) em Indústria Extrativa; e de US$ 31 milhões (-6%) em Agropecuária.
No acumulado até novembro, as exportações somaram US$ 10,76 bilhões, 5,3% acima de igual período do ano anterior, a despeito da redução do volume embarcado em 0,85%. O desempenho positivo é puxado pelos preços, que subiram em média 6,2%, compensando a redução no quantum embarcado.
Importações
Pelo nono mês consecutivo, as importações acusaram crescimento, em novembro, de 35,2%, somando US$ 789,2 milhões. No mês passado, a quantidade das importações cresceu de forma acelerada (66,1%), enquanto os preços médios tiveram redução de 18,6%. A alta das importações em novembro segue tendência que vêm ocorrendo desde o segundo trimestre.
Esse aumento do valor importado vem puxado, principalmente, pelo fator quantum e acompanhado de queda de preços. Enquanto, no acumulado do ano, contra igual período de 2023, o volume total importado aumentou 37,6%, os preços médios caíram 27,3%. A quantidade importada se acelera independentemente da depreciação do real frente ao dólar. Os dados indicam que parte desse custo foi amenizada via queda de preços em dólar, resultado de provável negociação entre importador e fornecedor.
O movimento da redução de preços é global, bastante influenciado pela China, que com super oferta em vários produtos e alvo de medidas protecionistas, tem derrubado preços para desovar produtos em vários mercados, a Bahia entre eles.
A depreciação do real frente ao dólar, no período mais recente, não deve trazer queda proporcional da importação. Isso acontece, porque alguns insumos industriais precisam continuar a ser importados, reflexo da expansão da atividade econômica.
A alta das compras externas em novembro continuou concentrada na categoria “combustível”, com aumento de 110%. No acumulado do ano, o aumento foi de 80,2% e a participação de 45,4% do total das importações baianas no período. Os bens intermediários, apesar de representarem a maior parte das compras no ano (48,6%), registram redução de 0,35% no comparativo com igual período do ano passado, basicamente devido ao efeito preço, já que em volume as importações da categoria cresceram 22,6%.
No ano as importações totais da Bahia acumulam US$ 10,08 bilhões, com crescimento de 25,2%, cinco vezes mais que o aumento das exportações no período.