Experiências difíceis

“Se um inimigo me insultasse, eu poderia suportar; se um adversário se levantasse contra mim, eu poderia defender-me; mas logo você, meu colega, meu companheiro, meu amigo chegado” (Salmos 55.12-13)

Davi, autor desse salmo, foi traído por alguém próximo e íntimo. Seu texto reveste-se de valor profético e aplica-se a Jesus, traído por Judas. Mas também aplica-se, se não a todos, a muitos de nós. Entre pecadores, amigos falham com amigos. Pais falham com filhos, irmãos se ferem e cônjuges traem. E a dor causada por alguém em quem confiávamos, com quem dividíamos a vida, costuma ser lancinante. Somos atingidos sem chance de defesa, pois a agressão vem de onde jamais esperávamos como escreveu Davi.

A vida toda não é bastante para compreendermos a profundidade do que Jesus fez por nós, seres humanos. Sua condição humana o envolveu nas redes de nossa história e o fez participante de nossas lutas. Ele foi tentado como somos e sentiu o que sentimos, inclusive quanto a ser traído e abandonado. Todavia, superou tudo, venceu cada dor e nos disse que tivéssemos bom ânimo diante das aflições deste mundo pois, tendo vencido, pode nos levar à vitória (Jo 13.33). Pela graça de Cristo podemos dormir em paz, mesmo feridos. A vida não precisa perder o sentido.

Ser cristão é ser discípulo – seguir o Mestre. Não se trata de apenas participar de rituais que lembram quem foi Jesus ou falam de Sua obra. Não se trata de acreditar que tudo na Bíblia é verdade. É, além de tudo isso, crer de forma tão prática que se possa viver cada dia inspirado e em imitação a Cristo. Isto nos leva a aprender a lidar com a existência. Nos possibilita perdoar e superar. Nos livra de sermos vítimas traumatizadas e incapacitadas para seguir em frente. A experiência de fé em Cristo nos renova, coloca o passado no passado e, apesar dos pesares, nos faz crer, buscar e viver por uma vida abundante (Jo 10.10).

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