“Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho que, na realidade, não é outro evangelho. O que ocorre é que algumas pessoas os estão perturbando, querendo perverter o evangelho de Cristo.” (Gálatas 1.6-7)
“Nem tudo que reluz é ouro” diz o ditado. E podemos parafrasear: nem tudo que se prega nas igrejas é o evangelho de Cristo. Por isso temos alertas nas Escrituras como o que segue: “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.” (1 Jo 4.1) E não pense você que é simples identificar entre o evangelho e outros que não são de fato evangelho. Precisamos ser cuidadosos e suplicar ao Espírito Santo que nos guie em toda verdade. Nosso costume e hábitos religiosos, o poder de como as coisas sempre foram e do que sempre ouvimos é bem maior do que gostamos de admitir.
Vinte um séculos depois, em meio a tanta história e instituições, o que é o cristianismo e o que fizemos do evangelho de Cristo? Evidências indicam que, entre as muitas variações há um fio que une a grande maioria: o egoísmo. Criamos diversos evangelhos egocêntricos. Sutil ou descaradamente, a autossatisfação e o orgulho imperam. Oro, dou dízimo, faço parte de uma igreja, lidero, trabalho, movido por interesse e não por gratidão. Como forma de alimentar meu ego e não para ser mais humilde. Cristo não é o verdadeiro Senhor. Sou eu mesmo. Eu não me dou, eu me vendo. Quanto mais tempo nesses evangelhos, mas capaz de julgar me torno e menos capaz para amar. Mais me considero justo e menos enxergo meus próprios pecados.
Os gálatas lutavam com os judaizantes, nós lutamos com desvios falsificações. Quantas igrejas há em sua vizinhança? São inúmeros os livros e os cds! Há canais de TV e estações de rádio. Marchas, congressos, cultos, vigílias aos montes. Porém Jesus deixou uma pergunta intrigante: “Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” (Lc 18.8) Considerando todo o movimento que se faz em torno da fé, ela parece estar crescendo. Mas Jesus anunciava o contrário. É o fruto do Espírito a marca do “povo de Deus”? A vida ao nosso redor está sendo transformada? Há mais justiça, amor e paz? Precisamos orar como o salmista (Sl 139.23-24) e nos perguntar: que evangelho é o meu?