“Quando Jesus acabou de dizer essas coisas, as multidões estavam maravilhadas com o seu ensino, porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e não como os mestres da lei.” (Mateus 7.28-29)
É impressionante a perfeição com que atualmente se produzem imitações. Há flores artificiais que nos parecem mais naturais do que as naturais. Há revestimentos que parecem madeira, couro, cortiça… são incrivelmente convincentes. Criamos substitutos mais baratos para artigos mais caros, e tão bonitos quanto. Mas uma imitação sempre será apenas uma imitação. Na vida também criamos imitações para a vida. Criamos falsas vidas para envelopar nossos dias. Falsas vidas se baseiam em valores falsos, que jamais entregam o que prometem. A beleza, o poder, o dinheiro, o prazer são materiais muito usados nessas falsificações existenciais. Podemos ser enganados e viver por elas, dando a elas uma importância e um lugar que jamais deveriam ter. E isso produz uma falsa vida que, mais cedo ou mais tarde, como um castelo de areia, se desfará. No campo da fé também há imitações e falsificações. Há o Evangelho e os evangelhos. E pode ser mais complexo discernir isso do que possa parecer à primeira vista.
Creio que a autoridade que encantava as pessoas ao ouvirem Jesus falar tinha relação também com isso. O que Ele anunciava não era flor de plástico, vidro lapidado como diamante. Não era resultado do que a maioria pensava ou dizia. Não estava atrelado à tradição dos religiosos. Jesus veio cheio de graça e de verdade (Jo 1.14). E ambas estavam em falta e ainda estão. É preciso um anseio verdadeiro por vida, não qualquer vida, mas vida verdadeira, para sermos sensíveis ao Evangelho de Jesus. Do contrário, nos acomodaremos aos evangelhos criados por ai. Quando nos vemos envolvidos pela graça que Jesus, a graça que Ele nos trouxe, quando percebemos como é grande e maravilhoso o amor de Deus por Ele revelado, sentimos o sabor, o perfume e a textura do Evangelho verdadeiro. As falsificações e imitações não nos satisfazem mais. Passamos a compreender melhor o sentido da nossa existência e o significado da vida. Passamos a perceber o grande valor que nossa vida tem para Deus e não aceitamos mais negociá-la por aí.
Ao passar por setores de segurança nos aeroportos, somos submetidos a detectores. Um raio x revela o conteúdo de nossas bagagens de mão. Havendo suspeitas, elas são abertas e examinadas. Algumas vezes é usado um produto que reage à presença de drogas para testar o objeto suspeito. Nossa vida merece o mesmo cuidado. Ela é tão importante e é tão precioso o tempo que temos aqui que deveríamos ser mais cuidadosos com o que nos encanta, consome nosso tempo e conquista nosso coração. Precisamos da sabedoria que nos possibilite reconhecer falsificações e drogas espirituais. Quanto mais nos nutrirmos na vida que há em Jesus, na sabedoria do Evangelho, mais precavidos ficamos contra as falsificações. É crendo e vivendo pelo Evangelho verdadeiro que a vida vale a pena. As piores mentiras e enganos são as que são ditas com a Bíblia na mão. E há muitas sendo ditas por aí. Que a experiência com Jesus nos livre dos falsos evangelhos e nos faça verdadeiros filhos da Graça!