Foi pensando em atender uma necessidade da justiça para garantir o cumprimento da Lei do Silêncio que o empreendedor baiano Geovaldo Miranda decidiu inventar o Somblok. O aparelho, criado em 2006, é um limitador de decibéis para ser usado em equipamentos sonoros profissionais, semiprofissionais, domésticos e pessoais, a exemplo de trio elétrico, boate, bar, igreja, computador e celular.
O empreendedor, natural da cidade de Eunápolis, no Extremo Sul da Bahia, é formado em eletrônica e telecomunicações e precisou de 22 dias para desenvolver o primeiro protótipo do produto. “Recebi o pedido de um promotor de justiça de Eunápolis para inventar um produto com esta finalidade, uma vez que já havia sido pesquisado no Brasil e não encontrado. Aceitei o desafio e foram mais de 10 tentativas até nascer o Somblok, que mede e alinha os decibéis, fixando o limite de som (ruídos) que pode ser acrescido ao ambiente”, conta.
O aparelho foi melhorado por Geovaldo até atingir um tamanho e peso confortável. Com a aceitação do produto no mercado, o inventor procurou o Sebrae pensando em aumentar ainda mais o sucesso de vendas. “O Sebrae me ajudou a patentear o produto, através de palestras e atendimento, me ajudou a criar uma logomarca e um site, onde qualquer pessoa pode conhecer e pedir um limitador de som, o que contribuiu para que meu faturamento dobrasse”, relata.
Para o gerente da Unidade Regional do Sebrae Teixeira de Freitas, Alex Brito, a qualificação profissional amplia o leque de oportunidades para os talentos. “O Sebrae levou informação e, com isso, motivou o inventor a buscar mais segurança com a patente e a possibilidade de aumentar as vendas a partir da criação do site onde o produto é apresentado e comercializado”, explicou.
Atualmente, Geovaldo está com o processo em andamento para certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e já atende a município de estados como Pernambuco, João Pessoa, Espírito Santo, Bahia e São Paulo, além do Distrito Federal. “Já são mais de mil Sombloks vendidos, dos quais apenas três apresentaram problemas, sendo causados por água e ligação na voltagem errada”, garante.
Motivado com o sucesso do produto, Geovaldo não se descuida do monitoramento e atenção para manutenção do padrão de qualidade. Segundo ele, pensando na preservação do meio ambiente, o aparelho é produzido com material reciclável e em outras três opções de potência para atender a sua clientela. “Também já faz parte dos planos realizar os cursos do Sebraetec voltados para inovação e tecnologia, afinal aprender nunca é demais”, afirma.
O empreendedor já foi premiado pela Universidade Federal da Bahia na área de acústica, palestrou para Sociedade Brasileira de Acústica e já se prepara para instalar seu equipamento no Parque do Ibirapuera, o mais importante parque urbano da cidade de São Paulo. “Tenho orgulho de contribuir para manutenção do sossego das pessoas. Espero que o futuro do Somblok seja ainda mais promissor”, conclui.