Estudar para um só concurso: vale a pena?

Estudar para um só concurso: vale a pena?É muito comum, no mundo dos concursos públicos, que o candidato comece a sua jornada estudando para um processo específico. Em alguns casos, até com edital já publicado. Será que é uma boa estratégia? Veja as vantagens e desvantagens da escolha:

Prós

Há candidatos que só terão motivação suficiente para iniciar a preparação para concursos se tiverem um objetivo imediato à frente e, neste caso, é válido se atirar com todas as forças para ver o que é possível conseguir.

Focar em determinado concurso tem a vantagem de permitir que o candidato estude antecipadamente todas as disciplinas que devem ser cobradas, com base no último edital e em outras informações divulgadas pela instituição (se houver) quanto a alterações no conteúdo programático. Isso, em geral, permite maior ganho de conhecimento específico.

Se o candidato decidir mesmo começar o projeto por um concurso determinado, é muito importante estar consciente de que o resultado pode não ser favorável – e que isto não é o fim do mundo. Em caso de reprovação, é indicado retomar os estudos logo após a prova, desta vez com o foco mais aberto, ou seja, direcionado para uma área de concursos e não mais para um só concurso.

Contras

Há inconvenientes em apostar em um único processo. No caso de edital já publicado, o tempo até a prova é bastante curto – não costuma passar de dois meses. E quem está no início da preparação tem chances reduzidas em relação à concorrência que começou a estudar com antecedência. Aí é uma questão de avaliar o risco.

Aquele concurso pode demorar muito a sair por algum motivo, enquanto outros editais saem inesperadamente. E o candidato não estará em boas condições de participar, porque não tem suficiente conhecimento das matérias gerais, uma vez que se dedicou ao estudo de conteúdos específicos.

Além disso, o estudo focado em um concurso deixa o candidato mais vulnerável a novidades que surjam na publicação do edital. A retirada de matérias ou, pior ainda, a inclusão de novas disciplinas pega desprevenido quem tomou por base apenas editais anteriores do mesmo concurso. Quem se prepara para uma área, de maneira geral, inclui no planejamento as disciplinas mais recorrentes em diversos concursos e não será surpreendido.

Outro aspecto delicado é que o candidato pode ter algum problema na época da prova (ou no dia mesmo) e, como jogou todas as suas chances naquela oportunidade, o impacto será bem maior. Quando o candidato se prepara para uma área ou grupo de concursos parecidos, uma reprovação é mais facilmente assimilada, porque a maior parte do que foi estudado será aproveitada em oportunidades futuras.

Estratégias para estudar para uma área

Se o candidato escolheu estudar para uma área de concursos (e não apenas uma prova), precisa iniciar pelas matérias básicas, até ter um percentual razoável do conteúdo geral assimilado e estar em condições de participar de bons editais.

É preciso algum sangue frio para deixar os primeiros editais passarem e seguir estudando. Mas nem sempre os candidatos conseguem controlar a ansiedade. Com isso, muitas vezes gastam meses correndo atrás de editais para os quais não estão preparados. Se esse mesmo tempo fosse utilizado no estudo das matérias comuns aos diversos concursos da área, seria possível construir mais rapidamente um patamar de conhecimento sólido e organizado.

Existem áreas com muitos concursos similares em cada uma delas. Posso citar, como exemplo, a área policial (Polícia Federal, Agência Brasileira de Inteligência, Polícia Rodoviária Federal, polícias civis e militares, além de cargos de segurança em diversas instituições), a área fiscal (Receita Federal, fiscos estaduais – ICMS –, fiscos municipais – ISS), de gestão e controle (Tribunal de Contas da União – TCU, tribunais de contas dos estados e dos municípios, além de outros cargos específicos), bancária (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal), tribunais, concursos para a Petrobras e suas subsidiárias, e muitas outras.

Quando os conteúdos básicos já foram bem estudados e surge um edital, a estratégia de estudos ficará diferente. A programação deve contemplar a manutenção das disciplinas já estudadas (revisões, provas anteriores e ajustes nos pontos fracos) e incluir o conteúdo que deve ser cobrado especificamente naquele concurso.

Caso não seja aprovado, o candidato deve continuar aprimorando o estudo das matérias comuns aos diversos concursos da área e ficar atento ao próximo edital de seu interesse para iniciar o estudo das disciplinas específicas daquele novo concurso.

O que acontece depois de algum tempo é que o candidato ficará muito bem preparado em todas as disciplinas que são cobradas naquela área de concursos, mesmo as que não caem em todos, e a cada novo edital precisará estudar apenas a legislação do órgão ou da atividade. Nesse momento, começará a colecionar aprovações.

 

 

 

 

Fonte: Lia Salgado/G1

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