Espiritualidade corrompida

“Então o diabo o levou à cidade santa, colocou-o na parte mais alta do templo e lhe disse: Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui para baixo. Pois está escrito: Ele dará ordens a seus anjos a seu respeito, e com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma pedra. Jesus lhe respondeu: Também está escrito: Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus.” (Mateus 4.5-7)

Nós cristãos acreditamos em Deus e uma das ideias centrais de nossa fé é que sejamos submissos a Ele. Mas nas entrelinhas, ou até em mais que isso, o que queremos é o mesmo que todo mundo: queremos ser deuses! Queremos um Deus que seja nosso servo, que corresponda às nossas expectativas e não nos decepcione. E o tentador está aí para nos ajudar nisso e dar dicas. Ele oferece-nos sua consultoria para que, em lugar de submissão, sejamos movidos por interesses e entendamos a fé como um poder que move Deus. E então, em lugar de submissão nossa fé terá o caráter de manipulação – faremos de tudo (orar, jejuar, ofertar, etc.) para que Deus nos dê o que queremos.

É esse o campo da prova numero dois que Jesus enfrentou no deserto. No Salmo 91.11 há uma profecia sobre o Messias que ressalta a proteção do Pai. O diabo a coloca nos seguintes termos: “se você é o Filho de Deus, então isso tem que valer para você.” Mas Jesus não viveu apegado a Seus direitos (e Ele os tinha!), mas abriu mão deles e submeteu-se completamente à vontade do Pai. Esse é o caminho da fé que Cristo nos legou. Ele definitivamente calçou as sandálias de servo, diante de Deus e das pessoas. No momento mais agudo orou entregando-se à vontade do Pai e não agarrando-se à Sua. E nossa fé? De que tipo é?

Não devemos fazer da oração uma simples relação de troca, motivada pelo interesse em benefícios. Não devemos cair na armadilha de pensar que a chave de receber bênçãos é a fé inabalável. A chave da relação com Deus é Jesus. O sentido da oração está na comunhão e não no benefício. Devemos aprender a nos satisfazer em saber que somos amados por Deus e perdoados em Cristo. A grandeza da fé está em quanto ouvimos e nos submetemos a Deus e não no quanto Ele nos ouve e nos atende. Precisamos do revestimento do Espírito Santo para sermos guiados na verdade sobre a fé e a vida com Deus, do contrário viveremos uma espiritualidade corrompida. E seremos uma antítese daquilo que dizemos ser: servos de Deus!

 

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