Esperanças em Dias Melhores

 

Por Hamilton Farias de Lima, professor universitário

“Quando você passar por momentos difíceis e se perguntar onde estará Deus, lembre-     se que durante uma prova, o professor está em silêncio”, Aline Barros.

 

Nestes dias de recomendações em que se apregoam medidas de isolamento social, e outras complementares, voltadas à mobilidade social e à preservação da vida – o bem maior-, cabem na oportunidade a leitura e a reflexão, com propósitos aceitáveis para que o tempo de cada um se escoe naturalmente em sua marcha inexorável do hoje, do amanhã e do depois, e para motivar o espírito humano  na compreensão do que se avizinha e se materializa.

Pela leitura, vê-se que a ciência, na historia da humanidade, ainda se constitui uma criança iniciada no conhecer os arredores do seu mundo existencial e os meandros do viver que, ora, lhe cercam expondo a fragilidade do saber humano, mesmo frente sua curiosidade natural e imenso desejo de decifrar a razão de ser de todas as coisas.

Tempestades, tsunamis e cataclismos são eventos relatados, pela exacerbação dos seus efeitos, como acontecimentos que destruíram, em escala gigantesca, pessoas, lares, indo de encontro ao planejamento e aos resultados do trabalho realizado. Há exemplos, até, recentes!

Assim, quando mais uma pandemia grassa nos quatro cantos do nosso mundo, é compreensível aceitar que as armas do seu enfrentamento são aquelas do arsenal da ciência – mesmo ainda titubeante em seus avanços buscando a compreensão dos fatos epidemiológicos e do seu enfrentamento -, até porque é parte da natureza humana saber que pouca sabe, e que cada momento, cada dia, tem seus desafios a serem desocultados e enfrentados.

No recolhimento que cada um haja promovido, seja de forma total ou parcial, a reflexão tem sido companheira e pode ser, fortemente, a força indutora na compreensão do fenômeno que se abate sobre o homem e a sua conduta responsável frente o próximo, seus familiares e à sociedade. É pelo caminho da introspecção que o homem pode alcançar a superação de obstáculos, na esperança de dias melhores cultivados pela fé, dom que distingue com benesses àqueles que a possuem. O grande jurista Ruy Barbosa, em sua peça oratória “Oração aos Moços”, já afirmou que “oração e trabalho são recursos indispensáveis à formação do homem” e, aí, reside a crença no transcendente que alumia caminhos, às vezes, inescrutáveis.

Nesse quadro de elucubrações, em que o pensamento voa além, a memória traz à reflexão as palavras do franciscano São Francisco de Assis, ao afirmar: “Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível.”.

Assim, a esperança de dias melhores, associada à participação cidadã, é um caminho a ser trilhado na superação do mal ora entre nós. É fortalecer-se no pensamento do poeta Augusto dos Anjos que tão bem expressou a sua particular crença, quando inspirado declamou: A Esperança não murcha, ela não cansa,/Também com ela, não sucumbe a Crença,/Vão-se sonhos nas asas da Descrença,/Voltam sonhos nas asas da Esperança”.

É compreender, por último, que, na incerteza do ato de viver, a Esperança é uma boa guia para dias melhores, arrimo para momentos de inquietudes e de superações!

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