O período entre a maturidade e a velhice, chamado de meia-idade, que ocorre entre os 40 e os 55 anos, é uma fase da vida marcada pelo acúmulo das experiências adquiridas em meio ao processo de amadurecimento. Contudo, por mais que a meia-idade seja caracterizada pelo aprendizado mediante os erros da juventude, algo há de se invejar quando comparado com os imaturos e inconsequentes jovens, que é a disposição para vida sexual ativa.
Com o avançar da idade, a chamada disfunção sexual passa a fazer parte do vocabulário desta faixa etária. O problema que atinge tanto homens como mulheres é caracterizado pela dificuldade na atividade sexual, seja referente ao desejo e a sua consumação.
No entanto, segundo o médico urologista Arnaldo Cividanes que é diretor técnico do Hospital SAHA, em São Paulo, o problema da disfunção sexual não é exclusividade da meia-idade, uma vez que pode “ocorrer em várias fases da vida por motivos diferentes; neste caso, homens com sobrepeso ou obesidade, sedentários, cardiopatas, aqueles com altas taxas de açúcar no sangue, pressão alta, ou que sofreram trauma na região pélvica são mais propensos a enfrentar dificuldades na vida sexual. Pacientes em tratamento de câncer de próstata ou que já foram submetidos à retirada total da próstata também podem sentir dificuldade nas relações sexuais”.
Referente a disfunção sexual no período da meia-idade, Dr. Cividanes explica que “cerca de sete em cada dez casais precisarão passar por ajustes no aspecto sexual ao longo do relacionamento”. Felizmente, existem diversos recursos disponíveis que permitem a retomada da atividade sexual; razão pelo qual destaca a indispensabilidade de procurar um especialista urológico.
Nas últimas duas décadas, houve um grande avanço nos tratamentos da disfunção sexual e do próprio entendimento da origem dos sintomas que podem decorrer devido a “questões emocionais, como ansiedade, depressão e trauma por acontecimentos do passado”. Outro fator que pode ser levado em conta é o ritmo frenético na Modernidade, caracterizado, sobretudo, por uma “sociedade cada vez mais competitiva, em que homens e mulheres buscam se destacar o máximo possível no mercado de trabalho”, acarretando em altos níveis de estresse que comprometem a vida sexual; uma vez que “a pessoa dedica tanta energia na carreira, que não sobra muita coisa para investir no relacionamento”, explicou o Dr. Cividanes.
Contudo, engana-se quem pensa que a disfunção sexual seja um problema exclusivamente masculino; com relação às mulheres, além da perda na libido, a principal queixa durante o ato sexual são as dores decorrentes da “queda na produção de estrogênio pode levar a um ressecamento vaginal que muitas vezes é doloroso se o casal não utiliza lubrificantes”.