O momento é de parar, do carrossel de atividades que não deixa tempo para pensar com profundidade. É preciso paciência. É difícil aceitar o momento presente, inteiro como uma maçã, sem cortá-lo (o momento) e picá-lo em busca de um sentido, chorando ao encontrá-lo escurecido, pois deixou de ser apenas a deliciosa maçã que existia antes, agora os dias se sucederem, como as contas de um rosário aguardando a tempestade passar.
Dói aceitar, não viver os dias inteiros e poder inventar alegrias com liberdade. Chove lá fora, tudo parado, é uma mudança, uma transformação, pois está perda de sonhos,de mobilidade é a realidade de hoje. Assusta essa certeza súbita da pandemia, tão súbita que nada podemos fazer senão aceitá-la . Olhar para fora e vê todo mundo na mesma situação. Parece uma camisa de força coletiva. Mas eu quero: a vida que tinha, de muitas emoções. Contudo este meu querer, nem mesmo isso pode fazer mais do que tentar seduzir a alma para fora do seu covil, onde o sonho da vida com liberdade é uma esperança dentro de mim.
Agora o mundo exterior não é tão necessário para alegrar, pois o prazer emana do âmago do ser como se tivesse construindo uma ponte delicada entre o interior é o exterior.
*João é natural de Salvador, onde reside. Engenheiro civil e de segurança do trabalho, é perito da Justiça do Trabalho e Federal. Neste espaço, nos apresenta o mundo sob sua ótica. Acompanhe semanalmente no site www.osollo.com.br.