“Lembro-me bem disso tudo, e a minha alma desfalece dentro de mim.” (Lamentações 3.20)
Fazem parte do repertório de nossa alma, as nossas lembranças. Há um mundo que nos domina, que habita nossa mente e que tem o poder de nos definir. Dependendo do que pensamos, temos medo, somos confiantes, ficamos inseguros, temos paz ou angústia. O que pensamos, o que prende nossa atenção, tem o poder de determinar nossa realidade. E temos uma péssima tendência: a de esquecer o que deveríamos lembrar e a de lembrar o que deveríamos esquecer.
O profeta Jeremias está falando de suas lembranças no verso de hoje e elas não lhe são favoráveis. Ele lembra-se de muitas coisas tristes que viveu e viu. E não está sendo bom lembrar-se dessas coisas. Sua alma está perdendo o vigor e desmaia dentro dele. Alguns de nós têm experiências similares. Sentem intensamente as lembranças ruins, os erros cometidos, as perdas sofridas. Esse é o pior tipo de prisão. É uma condição incapacitante. Isso nada tem a ver com o Espírito de Deus.
Mas Jeremias não fica parado como uma vítima dominada. Ele luta: “Procuro lembrar-me do que pode me dar esperança” (v.21). Ele confia nas misericórdias de Deus e reconhece serem a razão de poder seguir em frente (vv.22-23). As vezes é isso que precisamos dizer à nossa alma. Devemos mandar que ela olhe em outra direção, devemos lembra-la das misericórdias de Deus. Ele é Deus de esperança. Ele sempre tem a última palavra. Até que Ele a diga, ainda não terminou. Lembrar-se disso é capacitante e tem tudo a ver com o Espírito de Deus.