“Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro.” (Mateus 6.24)
“Dinheiro, pra quê dinheiro, se ela não me dá bola” poetizou Martinho da Vila. Na canção, o dinheiro lhe foi de pouco proveito, mas por causa de uma viola ele conquistou o coração das garotas. A viola (a poesia, o romance) era o que importava. Mais que o dinheiro! Bem, se já foi assim, parece não ser mais. O dinheiro ocupou quase todo o espaço em nossa sociedade. Ele precede, intermedia e finaliza quase tudo. É poderoso e movimenta seres humanos em todas as direções. Se não tivermos cuidado ele nos submeterá a si, se é que ainda não o fez. Ele é um senhor cruel, mas sutil! Jesus nos advertiu e devemos levar isso à sério: vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro. Se não tivermos cuidado, o dinheiro será nosso deus. Não pensemos que isso é difícil. Difícil é o contrário!
Nossa sociedade é financeiramente ímpia, injusta e todos somos parte disso. Há poucos com demasiadamente mais do que precisam e muitos com assustadoramente menos do que necessitam. A injusta distribuição de renda não pode ser justificada pelo empenho dos que tem em face de uma visão de que, os que não têm não se dispuseram a se empenharem para ter. Isto está mais para preconceito do que para fato. Num sociedade financeiramente injusta as oportunidades são desiguais em proporções absurdamente injustas. Não considerar isso é falta de amor. E é justamente o amor que pode mudar tudo isso. No Reino de Deus a justiça vem como subproduto do amor. Devemos amar uns aos outros e com generosidade contribuir para amenizar as desigualdades onde pudermos. Devemos, por amor, ser voz para os que não têm voz (Pv 31.8).
Porém, não teremos sensibilidade para isso sem nos humilharmos diante de Deus. Sem reconhecermos que é Ele o Senhor de tudo (Rm 11.36). Por isso nossa gestão financeira deve demonstrar nossa fé e nosso amor. Se nossa fé e amor não resultam em compromisso, são fantasiosos. Por fé e amor devemos aproveitar as oportunidades que tivermos para servir também por meio do dinheiro. É assim que revelaremos quem manda em quem, e não pelo consumo. Por fé e amor sejamos dizimistas e ofertantes. Dízimos e ofertas não são o máximo, é o mínimo! Não nos fazem grandes na fé e no amor, mas apenas iniciantes. Em nossa vida financeira, sejamos compromissados, responsáveis, equilibrados e gratos. Que o dinheiro não seja, jamais, o nosso Deus.
ucs