Encontro cultural marca o começo das aulas em escola da Aldeia Guaxuma

Encontro cultural marca o começo das aulas em escola da Aldeia Guaxuma
Encontro cultural marca o começo das aulas em escola da Aldeia Guaxuma. Foto: Ascom
O ano letivo começou, nesta segunda-feira (14), com uma noite cultural, no Colégio Estadual Indígena de Coroa Vermelha, em seu anexo na Aldeia Guaxuma, localizado no município de Porto Seguro. Com apresentação de projetos realizados antes e durante a pandemia, o momento também contou com contação de histórias, narrativas de causos e de vivências do presente e passado das comunidades. No final, representantes das três aldeias que possuem alunos na unidade, Guaxuma, Jitaí e Nova Esperança, realizaram o tradicional Awê, uma dança combinada com cânticos, que representa o contato com o solo, a troca de energia e conhecimento com os participantes e a terra.
A estudante Ubirami Braz, aluna do 3º ano do Ensino Médio, aprovou a iniciativa. “Participamos do momento como uma forma de agradecimento aos nossos ancestrais. Com a participação da comunidade escolar, a noite cultural foi muito importante. Através desses encontros, aprendemos com os mais velhos as histórias das lutas de nossos antepassados e aprendemos a lutar por nossos direitos”. Da mesma série, a estudante Silmara Nobre disse que ficou encantada com as manifestações culturais. “Participar do conto de histórias e danças indígenas é ótimo para nós, porque mostra que a nossa comunidade não perdeu seus costumes e suas expressões”.
A professora de Física, Grazy Pataxó, ressaltou que a Educação Indígena é uma força dentro das comunidades e ações como essas são fundamentais para fomentar a valorização da cultura e do fortalecimento das tradições. “A escola não precisa se distanciar do nosso conhecimento ancestral. Através das contações de histórias, do canto e da dança, também estamos trabalhando linguagens verbais e não verbais, fundamentais para a vivência e compreensão da sociedade que estamos inseridos. Além disso, fortalecemos a nossa cultura e mostramos que a escola é mais que um local onde se aprende a ler e escrever, mas também é um ambiente de desenvolvimento humano e sociocultural”.
Para Verônica Santos, que é vice-diretora do Colégio Estadual Indígena de Coroa Vermelha, a noite cultural se caracteriza como ação pedagógica essencial para a escola. “Na Educação indígena são compartilhados  conhecimentos que dão sentido ao mundo sob a nossa ótica, valorizando a língua materna através dos cantos e território. Em momentos como o Awê, fortalecemos a nossa identidade e nos conectamos com a ancestralidade de nosso povo”.

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