“A vocês, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.” (Efésios 1.2)
O costume é algo muito poderoso. Por “costume” refiro-me ao hábito que torna comum, sem encanto ou espanto, o que está diante de nós. Neste sentido, o costume tem o poder de nos anestesiar para o sagrado e o belo, assim como para o vil e detestável. Deixamos de ser afetados e isso pode nos desumanizar e nos fazer espiritualmente apáticos.
Deixamos de enxergar, de refletir e de reagir adequadamente. Este é um mal que pode nos atingir muito facilmente. O pode costume “apagar” a vida, nosso cônjuge e até mesmo Deus.
Não enxergar o óbvio parece ser o óbvio na vida humana e talvez seja um sintoma do costume. É por isso que a beleza de onde moramos passa a ser vista e desfrutada pelos turistas, que gastam para ver o que vemos todos os dias, mas não nos importamos mais. A saudação de Paulo bem pode passar despercebida por nós, afinal, é apenas uma saudação, quase que uma obrigação ao se escrever uma carta. Mas se lermos mais atentamente contrariando o costume, veremos que ela diz bem mais que um “prezados irmãos, saudações”. Ela simplesmente resume tudo que Paulo dirá depois. E o faz em duas palavras: graça e paz!
A saudação de Paulo neste texto nos fala de Deus e do que Ele, por meio de Cristo, tem para nos dar. Mas precisamos de ouvidos para ouvir e olhos para ver, precisamos de encantamento com Deus. Ela nos diz que há algo que vem dele e dentro da carta ele vai nos dizer o que Deus fez para nos dar o que nos oferece e o que devemos fazer para não perder essa dádiva. Vamos refletir em tudo isso. Mas será que veremos, sentiremos, cheiraremos a presença de Deus? “Desperta-nos Senhor. Faça-nos ver tuas dádivas. Nas Escrituras e na vida. Faça-nos pessoas que se encantem e se espantem com as coisas certas!”
ucs