Empresários itabunenses conheceram, durante reunião com o Ministério Público do Estado (MPBA), detalhes do edital de chamamento público para que empresas se instalem em áreas do Conjunto Penal de Itabuna (CPI). O objetivo do edital é promover oportunidades de ressocialização por meio do trabalho para internos em regime semiaberto. A reunião ocorreu no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas de Itabuna, na noite de quinta-feira (4).
Como contrapartida, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), pretende ceder espaços como galpões e terrenos na área do CPI para que as empresas que ali se instalarem possam contribuir com os processos de ressocialização de pessoas privadas de liberdade através do trabalho. A empresa ainda tem incentivos como um salário subsidiado e a possibilidade de renovação da parceria após os cinco anos iniciais.
Diversos empresários se interessaram pelo chamamento e pediram mais informações aos representantes do Ministério Público e do Conjunto Penal. As dúvidas, em sua maior parte, foram relacionadas às questões que envolvem a vida prisional e o perfil dos possíveis beneficiados, mas também detalhes sobre as condições trabalhistas ou mesmo sobre condições de investimento em melhorias do galpão existente ou edificação de novos espaços.
Segundo a promotora Cleide Ramos, que convocou a reunião, o encontro foi positivo. “Empresários, normalmente, tem uma inclinação a esse tipo de ação. Sabemos que há muitos entraves, próprios da política prisional e de ressocialização, o que pode afastar muitos interessados, mas como primeiro passo, esse encontro foi muito positivo”.
A opinião é compartilhada pela coordenadora do Conselho da Comunidade para Assuntos Penais, Ivone Montenegro. Para ela, um ponto importante foi a sugestão do representante da Caixa, Marcus Vinícius Nascimento, de apresentar o edital a empresas da construção civil que vão iniciar novos projetos do programa Minha Casa, Minha Vida no município.
Participaram da reunião empresários, dirigentes de entidades representativas e instituições financeiras, como a Caixa Econômica Federal. O Conjunto Penal de Itabuna foi representado pelo diretor-adjunto, Bernardo Cerqueira Dutra, e por Yuri Martins, gerente da empresa Socializa Brasil, que faz a administração da unidade em regime de cogestão com o Governo do Estado. Também pela empresa, a terapeuta ocupacional Camila Souza e os supervisores de segurança, Alan Brito e Marcos Antônio Santos, contribuíram para esclarecimentos aos presentes.