Confira a íntegra da entrevista do prefeito Temóteo Brito.
Prefeito, o Sr. tem dito que Teixeira é a sétima cidade do interior da Bahia em população. Na realidade, quantos habitantes tem Teixeira?
Temóteo Brito – Oficialmente, Teixeira tem, hoje, 161 mil habitantes, mas, extraoficialmente, deve ter mais de 180 mil. No ritmo que vai, poderemos sair da 7ª posição e chegar ser a 4ª cidade da Bahia. As 6 cidades maiores do que Teixeira são Feira de Santana, Vitória da Conquista, Camaçari, Itabuna, Lauro de Freitas e Juazeiro, sendo que as 3 últimas estão na faixa de 200 a 220 mil habitantes e Teixeira deve superar as 3 dentro de pouco tempo, devido a seu ritmo de crescimento.
Como o Sr. pretende alavancar, mais ainda, o desenvolvimento da cidade?
TB – Como sempre agi, acredito na força do trabalho, e penso a médio e longo prazo. Temos que eleger prioridades, em função dos anseios do povo. Sabemos que o povo quer em primeiro lugar uma saúde de qualidade, em seguida a infraestrutura da cidade e a geração de emprego são as maiores aspirações . Entretanto a cidade precisa ser planejada. Como sempre falo, eu penso daqui a 30 anos. Devemos criar oportunidades para os jovens, e possibilitar melhor qualidade de vida hoje, deixando isso como legado para as gerações futuras. A maioria dos políticos pensa nas próximas eleições, mas eu quero encerrar o mandato com chave-de-ouro, fazendo a estrutura que nossa cidade tanto precisa. Eu sei que o meu plano de asfaltamento é considerado ousado para muitos, mas farei tudo para cumprir o que tenho prometido. Teixeira só tem 20% das ruas pavimentadas, quero entregá-la com 60%, ou seja, quero fazer em 4 anos o dobro do que todos os outros prefeitos juntos fizeram, incluindo os dois mandatos que tive.
Quais são os principais pilares para o desenvolvimento da região como um todo?
TB – Os dois principais pilares estão no agronegócio e no potencial turístico nas suas diversas modalidades. Entretanto, precisamos fazer um Plano de Desenvolvimento Estratégico.
O agronegócio representa 52% do PIB do nosso município, e a produção agrícola diversificada foi vista na 35ª Exposição Agropecuária, que voltou a ser um sucesso. Na Bahia, hoje, tem os dois maiores polos de desenvolvimento devido ao agronegócio, um é no Oeste e o outro é o Extremo Sul, com toda sua diversidade que contribui para distribuir a renda e fixar o homem no campo, e faz até, em alguns casos, com que o homem volte ao campo, diminuindo a pressão social. Para isso, devemos oferecer ao homem do campo uma melhor condição de vida, e apoio através de assistência técnica e acesso ao crédito oficial, aonde esbarra na burocracia. Isso precisa ser revisto com urgência.
Além desses fatores que citei, Teixeira é hoje polo de educação, de saúde, de prestação de serviços, com um comércio forte, e um grande centro financeiro com diversas agências bancárias. Estamos buscando fortalecer o nosso polo industrial, dando isenção fiscal e outras facilidades para estimular os empresários investir em nossa cidade, colocando indústrias que possam beneficiar tudo aquilo que produzimos hoje e que poderemos produzir amanhã, como, por exemplo, incentivar o polo de fruticultura, colocando indústrias para aproveitar a produção advinda do agronegócio.
É importante incentivar o plantio do café, assim bem como outras culturas, me comprometo ser um agente de cobrança para criar as facilidades e dar apoio aos produtores. O Desenbahia agora mesmo, firmou convênio com o Ministério da Agricultura, visando aumentar o volume de financiamentos para a produção de café na Bahia. Assim, a agência de Fomento passa a contar com o Funcafé. No total, foram liberados R$ 8 milhões para custeio de safra e capital de giro. Com o Funcafé, o produtor poderá aumentar a produtividade e aprimorar a qualidade do produto.
O Sr. falou em Plano de Desenvolvimento, como é que pretende elaborar esse plano?
TB – Esse é um problema de ordem técnica, estamos planejando fazer um fórum de debate para discutir com a região e, através desse fórum, pretendemos sair dele com um plano elaborado. O braço executivo desse plano pode ser o consórcio Construir, que já está funcionando a pleno vapor e tem como presidente o prefeito de Lajedão, o Betão. O braço político deve ser a APES, que tem como presidente o prefeito de Alcobaça, Léo Brito. Nós juntos iremos reivindicar o apoio do Governo do Estado e do Governo Federal para conseguir os recursos necessário para fazer as obras estruturantes e fazer acontecer todos os projetos.
O Sr. tem falado que esse ano não fala em política, mas irá acompanhar a orientação do seu partido liderado pelo senador Otto Alencar, isso é fato?
TB – Sim, em diversas oportunidades eu deixei clara a minha posição, político tem que definir qual o seu lado, quando se fica em cima do muro leva tiro dos dois lados; que seja para ganhar ou para perder, mas tem que ter uma posição clara. E a minha posição é seguir a orientação do partido que eu ajudei o senador Otto Alencar criar aqui na Bahia, quando fui deputado; irei com ele até o fim.
O Sr. tem recebido críticas nas emissoras de rádio do seu aliado político na última eleição, principalmente do vice-prefeito, o que tem a falar?
TB – Foi firmado um compromisso político para apoiar o deputado federal Uldurico Júnior e pretendo cumprir, pode ser que eles hoje não queiram meu apoio, mas, depende deles. Quanto ao vice-prefeito, ele tem feito críticas ao governo e à pessoa do prefeito, é uma opção dele, existem várias formas de ajudar, ou não ajudar, cada um faz o que achar melhor, ele fica incentivando o povo ligar e criticar, isso demonstra falta de amadurecimento político por parte dele, ele podia usar o programa para ajudar, fazendo críticas construtivas, como tem feito alguns órgãos de imprensa, além do mais, como vice-prefeito, ele também assumiu compromisso com o povo, mas não pode querer sentar na cadeira do prefeito, e até tem pedido na rádio o meu lugar, porém aonde dois mandam não pode dar certo, ele precisa entender o papel do vice, que é substituir o prefeito no caso de haver afastamento por qualquer motivo, até por doença ou viagem.
Enquanto isso, estou preocupado em trabalhar, para fazer a gestão entrar no rumo certo, as obras já estão acontecendo e os serviços essenciais estão se ajustando aos poucos, principalmente a saúde, que é a prioridade número um. O quanto pior melhor não é bom pra ninguém. O meu sonho, e o grande desafio, é fazer da saúde de Teixeira uma referência na Bahia, e fiquem certos que irei fazer, com ajuda de Deus, em primeiro lugar, e do governador Rui Costa. Com a inauguração da Policlínica no dia 17 de novembro, uma obra do governo do estado, iremos dar um salto de qualidade na saúde de Teixeira e da região. Tudo indica que conseguiremos colocar também os dois hospitais dentro do Consórcio da Saúde do Extremo Sul, do qual sou o presidente, o que é correto, porque os hospitais atendem os pacientes de toda região e não é justo só Teixeira pagar a conta, pois a verba do SUS não cobre todas as despesas e o município tem que complementar.
E a crise financeira que atinge todos os municípios, como é que está administrando essa crise?
TB – Em primeiro lugar, com absoluto rigor no controle dos gastos, sei que sou criticado como centralizador, usando mão de ferro, mas, se perder o controle é pior. Estamos procurando eleger as prioridades e gastando do necessário o mais necessário, e outra coisa, todos os prefeitos estão tendo que demitir e se não fizer isso iremos ter as contas rejeitadas, a Lei de Responsabilidade Fiscal é dura, mas é a Lei, vamos fazer o quê?! Temos que cumprir a Lei. Em Teixeira, estamos superando a crise com Trabalho e procurando fazer uma gestão enxuta.
Quais são as suas considerações finais?
TB – Quero deixar uma mensagem de confiança a todos os homens e mulheres de Teixeira, e dizer que o Brasil está atravessando uma crise econômica, política e moral intensa, o País está no fundo do poço, mas a economia já está dando sinais de recuperação, o agronegócio está salvando o País, e a nossa região têm no agronegócio e no turismo as duas principais fontes de riquezas, vamos trabalhar com muito amor, disseminando a paz entre os homens e não o ódio e a discórdia, o nosso povo não merece isso. Os políticos devem ter uma responsabilidade muito grande ao conduzir os destinos do povo.
Um abraço carinhoso a todos!