Em busca de grandeza

“Naquele momento os discípulos chegaram a Jesus e perguntaram: Quem é o maior no Reino dos céus?” (Mateus 18.1)

Em busca de grandezaO texto de Mateus inicia dizendo “naquele momento”. Qual era o momento? Uma leitura do capítulo anterior nos informa. Nele encontramos a seguinte sequência: a transfiguração no monte, Jesus expulsa um demônio que os discípulos não puderam expulsar, prediz seu martírio e, chegando a Cafarnaum, manda Pedro pagar o imposto do templo com uma moeda que encontraria na boca do primeiro peixe que iria pescar. Eles estavam na casa de Pedro. E então os discípulos fazem esta pergunta. Uma pergunta recorrente. Parece que eles estão sempre se comparando. Comparar-se é um vício entre nós. Os orgulhosos comparam-se para se sentirem superiores e os com baixa estima comparam-se para se sentirem miseráveis. Há apenas uma comparação saudável: aquela que nos ajuda a perceber que somos todos iguais, frágeis e limitados. Mas essa só acontece em nossos melhores momentos e ajudados pelo Espírito Santo.

Os discípulos querem saber quem é maior no Reino dos céus. É bem provável que quisessem saber qual deles era o maior! Diante da declaração de Jesus sobre seu martírio, talvez quisessem saber quem o sucederia, quem seria o rabi em seu lugar. Talvez por estarem na casa de Pedro e Jesus ter provido recursos para pagar o imposto do templo para si mesmo e para Pedro, estivessem se sentindo inferiorizados. Por varias vezes Jesus lhes ensinou sobre humildade, mas eles sempre se preocupavam com grandeza. Somos pecadores, gente que erra o alvo. Sofremos de mania de grandeza. Nossos olhos não se cansam de ter, por isso são mais treinados em sentir falta, em ver o que ainda não temos, do que inspirar gratidão por reconhecer o quanto temos. Ansiamos por poder para satisfazer nossos olhos! É como se fossemos uma fera contida, um canalha oculto, um ladrão à espreita. Jesus nos trouxe o Reino e nele somos confrontados. No reino dos homens somos ocultados, um ambicioso e orgulhoso a mais em meio a tantos. O Reino dos céus nos denuncia.

Com Jesus o Reino dos céus chegou para manifestar-se entre os homens. Ele tanto nos habita quanto o habitamos. A experiência no Reino dos céus nos transforma. Foi bom que os discípulos tenham perguntado a Jesus sobre quem seria o maior em Seu Reino! A maioria está vivendo esta pergunta dirigida ao reino dos homens. Quem é o maior no reino dos homens? E inspirada por ela, a maioria especializa-se em ser competidor e cada vez menos entende sobre ser cooperador. A ânsia por grandeza salienta o pior de nós. A pergunta dos discípulos será respondida por Jesus de uma forma surpreendente. Ele não a responde com um discurso e nem apontando para si mesmo. Ele também não aponta para um dos que estiveram no monte, na transfiguração. Não aponta para Pedro, a quem envia para pescar o peixe com dinheiro na boca e na casa de quem estava. Não aponta para João, o discípulo amado. Uma criança é a resposta. Jesus a coloca no meio e diz: ela é o símbolo da grandeza no Reino dos céus. O que isso diz a você? O que isso deve ensinar à igreja cristã no século 21?

ucs

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