Os carros elétricos vêm ganhando espaço no meio automotivo e um dos motivos é a não emissão de poluentes durante seu funcionamento. Entretanto, o professor de engenharia elétrica da FEI (Fundação Educacional Inaciana), Fabio Delatore, destaca que o processo de fabricação é o mesmo de um carro a combustão, emitindo a mesma quantidade de poluentes nas indústrias durante esse processo. Para a emissão de poluentes de um veículo elétrico ter um saldo menor ao de um equivalente a combustão, considerando o processo de fabricação mais o uso nas ruas, é necessário um ciclo de 100 mil quilômetros rodados.
Em relação aos altos valores, o professor explica: “Normalmente tudo que é novidade e lançamento, acaba se tornando mais caro. Isso não poderia ser diferente no caso dos veículos elétricos”, destaca o professor da FEI. Pelos valores mais altos, há dúvidas na relação custo-benefício dos veículos elétricos, já que eles possuem baterias no lugar do tanque de combustível. Ainda existem postos de recarga que são gratuitos, mas em breve o carregamento deve ser cobrado, assim como já vem acontecendo em outros países onde a mobilidade elétrica está mais avançada. Os valores dessa recarga vão variar de acordo com a velocidade pela qual você teria interesse em ter seu carro recarregado, dessa forma, quanto mais rápida a recarga, mais cara ela será.
Em relação a autonomia dos carros elétricos, elas são equiparáveis aos veículos a combustão da mesma categoria. Sendo assim, um SUV elétrico totalmente carregado terá uma autonomia muito semelhante a um SUV a combustão com o tanque cheio, mas, claro, tudo depende do modo de condução que o motorista tem, podendo haver um aumento de consumo em casos de abuso de velocidade e má conduta.
O professor Delatore enxerga oportunidades na forma de carregamento, como: gerar energia em modo solar e acumular em baterias de segunda vida, dentro do conceito chamado de Second Life. Algumas outras vantagens que os veículos elétricos possuem além da menor emissão de poluentes e oportunidades na forma de carregamento, são: menor valor por quilômetro rodado, já que possui uma manutenção mais barata do que um carro a combustão e uma menor quantidade de peças, fazendo com que o carro seja facilmente modificado com mais opções de configurações nos sistemas de tração.
Na FEI, o professor Delatore é responsável pela coordenação do projeto Fórmula Elétrico, que em 2022 se tornou bicampeão nacional na competição anual da SAE Brasil, e das disciplinas que envolvem projetos de tração elétrica. A FEI possui grande expertise na área, além de carregar na bagagem a construção de 8 carros através do projeto Fórmula Elétrica com as mesmas tecnologias encontradas nos atuais BEV, sigla em inglês para veículos elétricos a bateria.
Embora seja um mercado mais modesto que no continente europeu, em janeiro de 2023 o Brasil bateu recorde de emplacamentos de carros híbridos e elétricos. Foram 4.503 unidades emplacadas no período, segundo levantamento da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), crescimento de 76% em relação a janeiro de 2022. “Estamos presenciando um momento de mais investimentos na infraestrutura para que o uso dos elétricos seja viabilizado. Já temos quase 3 mil postos de recarga nas principais cidades do país e esse número deve aumentar cada ano mais”, finaliza o professor da FEI.
Fonte: Revista Carro